Autor: Lusa/Ao online
“Vou sair de todos os órgãos dirigentes do BE e ao mesmo tempo de deputada do Bloco de Esquerda da Assembleia Regional, em setembro, mas há uma coisa de que eu não vou sair: eu não vou sair do Bloco de Esquerda e eu não vou sair dos Açores e eu não vou sair de nenhuma luta. Aqui continuarei”, sustentou Zuraida Soares, que esteve à frente do BE/Açores durante 14 anos.
Zuraida Soares falava em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, durante os trabalhos da sexta convenção regional do BE, onde vai ser votada a única moção de orientação global para a liderança regional do Bloco, intitulada “Mais Açores, Mais Esquerda”, que tem como primeiro subscritor António Lima, coordenador da comissão de ilha de São Miguel do BE.
Durante a sua intervenção, Zuraida Soares sublinhou “o orgulho do caminho” que percorreu com os aderentes ao partido ao longo de 14 anos com “altos e baixos, com acertos e erros”, e com “avanços e recuos”.
“Mas sempre com orgulho de dizer somos Bloco e viemos para contar”, salientou, frisando que o percurso de militância política mais ativa de que agora se despede foi feito com "muitas lutas travadas" pelo partido.
Zuraida Soares sustentou que o BE “está verdadeiramente preparado para todas as fases que possam vir a seguir”.
“E está sobretudo preparado para fazer um percurso onde a Zuraida Soares tem o seu lugar, mas não tem o lugar”, reforçou, sublinhando que o BE/Açores tem “travado uma luta sem tréguas, corajosa e digna, contra todos os tipos de conservadorismo, de patriarcado e má-fé”.
Zuraida Soares referiu-se ainda “à luta que os professores estão a travar na região, exercendo de facto a Autonomia que a região tem”, já que os docentes no continente “já não estão em greve, mas os dos Açores continuam a fazê-la”, acusando o executivo regional socialista e a tutela da Educação, no arquipélago, de se “esconder atrás do continente, para desprezar e não defender a Autonomia”.
A convenção termina hoje e conta com uma intervenção da coordenadora nacional do BE, Catarina Martins.