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Cooperador levanta dúvidas sobre viabilidade do plano de reestruração da Universidade Moderna
A assembleia-geral de cooperadores da Universidade Moderna (UM), realizada em Lisboa, deixou hoje dúvidas sobre a viabilidade de um saneamento financeiro e sobre o futuro da instituição, disse à Lusa um dos cooperadores.

Autor: Lusa/AO online
António Abrantes, um dos 54 cooperadores participantes nesta assembleia-geral, referiu que a Dinensino apresentou hoje um plano de reabilitação da Universidade Moderna que tem "muitos pés de barro".
Em declarações anteriores à Lusa, o vice-presidente da Dinensino e secretário-geral da Universidade Moderna, Cal Gonçalves, tinha anunciado a "aprovação do plano de reestruturação financeira" que prevê "uma operação de compra e venda no sector imobiliário que vai permitir o pagamento de todas as dívidas ao Estado, professores e outros credores".
No âmbito do plano, com o qual a Dinensino pretende demonstrar ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que a UM é viável, está prevista a venda do Pólo das Artes da Universidade Moderna, em Belém, para pagar as dívidas e construir um novo Campus Universitário em Setúbal.
"Não estou tão seguro sobre o saneamento financeiro da Dinensino, porque não há relatórios de entidades independentes" sobre as contas apresentadas na reunião, referiu o cooperante António Abrantes.
Na assembleia-geral foram discutidas e votadas questões como planos de actividades, orçamentos e contas intercalares e um plano de reestruturação financeira, com várias abstenções e votos contra, disse a mesma fonte.
Segundo António Abrantes, o negócio entre a Dinensino e a imobiliária envolverá cerca de 17 milhões de euros, ficando a Incentinveste com os edifícios da Universidade Moderna em Lisboa para acolherem um empreendimento de luxo.
"A Dinensino está a fazer um exercício de demonstração para responder ao despacho do Ministério e dizer que há uma solução", disse António Abrantes.
No entanto, este cooperador ficou com dúvidas nomeadamente em relação às contas apresentadas, dizendo que "não há relatórios de entidades independentes", e à imobiliária, alegando que há pouca informação sobre esta empresa que está disposta a ajudar a Dinensino a sanear as suas contas.
"Ninguém sabe quem é a imobiliária, quem são os corpos sociais, de quem é o capital social. É um negócio que envolve milhões de euros e sabe-se pouco sobre essa imobiliária", disse António Abrantes.
A assembleia-geral realizou-se cerca de um mês depois do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior ter notificado a UM e a Dinensino da decisão de encerrar compulsivamente a instituição.
O ministério invocou falta de viabilidade económica, grave degradação institucional e incumprimento de requisitos de funcionamento nos "denominados 'estabelecimentos de ensino superior' de Setúbal e de Beja", ao nível institucional e pedagógico.
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