Açoriano Oriental
Convento da Esperança em Ponta Delgada começa a acolher doentes deslocados em 2022

O Convento de Nossa Senhora da Esperança, que acolhe o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, terá capacidade para começar a acolher 12 pessoas no final do verão de 2022.

Convento da Esperança em Ponta Delgada começa a acolher doentes deslocados em 2022

Autor: Lusa /AO Online

O projeto total prevê a construção de 30 quartos duplos, com capacidade para acolher 60 pessoas, mas a primeira fase de remodelação arranca já no final deste verão e deverá estar terminada no espaço de um ano, adiantou à Lusa o reitor do Santuário, Adriano Borges.

A intenção é receber “doentes que vierem deslocados de outras ilhas para a ilha de São Miguel para tratamentos oncológicos – preferencialmente doentes oncológicos, mas não exclusivamente”, explicou o cónego.

“O que se vai tentar criar dentro do convento é um ambiente, o mais possível, familiar – que as pessoas se sintam acolhidas, não se sintam perdidas no meio desta cidade. Ao fim de semana, por exemplo, não há tratamentos, não têm de ir ao hospital, e as pessoas ficam fechadas nos seus hotéis, ou nos quartos das pensões… O nosso objetivo é dar uma outra vida às pessoas, permitindo passeios pela ilha, convívio mesmo dentro do convento, para que as pessoas se sintam ocupadas e o tempo passe um bocadinho mais depressa”, detalhou.

Esta primeira fase arranca com “verbas próprias do Santuário”, que avança com “sensivelmente um milhão de euros” para a construção de seis quartos duplos, mas o resto da empreitada aguarda financiamento.

“São obras de remodelação de todo o convento, que é património regional e, portanto, o património tem apoios estatais. Mas ainda estamos muito longe de ter chegado a uma conclusão relativamente a estes mesmos apoios, apesar de as conversações já terem sido feitas com o anterior governo e, atualmente, com o presidente do governo”, explicou.

O reitor esperava, nesta altura, “ter isso um bocadinho mais avançado, mas estes dois anos de pandemia” trouxeram limitações, pelo que considera que “o processo está num andamento normal, tendo em conta a circunstância” atual.

“Estamos à espera do novo pacote comunitário, para saber quais são os focos que o novo pacote europeu pode privilegiar. Se privilegiar a recuperação de património, será ótimo, porque através dessa parte poderemos ir buscar alguma verba”, concretizou.

Por agora, o projeto enfrenta um “processo moroso”, mas, com a aprovação da candidatura, o responsável espera “nos próximos dois ou três anos avançar com as obras de maior monta”.

Para a manutenção deste projeto, e para o “cuidado com as coisas do convento, nomeadamente a imagem do Senhor Santo Cristo, a proximidade com as pessoas, com os peregrinos”, faz falta uma congregação religiosa naquele espaço.

Depois de a Congregação das Religiosas de Maria Imaculada, que habitava aquele espaço desde 1962, ter decidido, este ano, sair, o cónego confirma que já há uma nova congregação interessada.

“Estão neste momento quatro religiosas no nosso convento a fazer essa experiência e ver como é que se podem adaptar. Depois é uma decisão da congregação”, afirmou.

Sem adiantar de que congregação se trata, referiu que é uma irmandade que tem “pelo menos um ramo” a funcionar já em São Miguel.

Pelo Convento de Nossa Senhora da Esperança já passaram quatro congregações: a Ordem das Clarissas, as Irmãs Visitandinas, a Congregação de São José de Cluny e a Congregação das Religiosas de Maria Imaculada.


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