Açoriano Oriental
Comunistas renovados apoiam candidatura de Alegre
A Associação Renovação Comunista vai apoiar a candidatura presidencial de Manuel Alegre, excluindo qualquer apoio ao candidato a anunciar pelo PCP, disse à Lusa o antigo dirigente comunista Carlos Brito.

Autor: Lusa/AO On line

Cerca de oito anos após a sua saída do PCP, Carlos Brito mantém-se na vida política, como presidente do Conselho Nacional da Associação Renovação Comunista, que declara o seu apoio à candidatura de Alegre às eleições presidenciais.

Questionado sobre se a associação admitiu ficar ao lado do candidato a anunciar pelo PCP, Carlos Brito - que fez parte da comissão política de Manuel Alegre nas últimas eleições - referiu que os elementos da Renovação Comunista “nem pensaram, nem sabiam quais eram as intenções do PCP”, apesar de considerar “previsível” que este partido decidisse avançar com um candidato próprio.

“Pensamos que a candidatura de Manuel Alegre é uma candidatura para ganhar. Não íamos para outras soluções que não têm esse objetivo e têm outros objetivos, respeitáveis, contudo”, referiu.

Para o antigo líder comunista, “o facto de a candidatura de Manuel Alegre poder apresentar-se como uma candidatura vencedora vai ter uma influência positiva em todos esses movimentos de opinião que o Alegre representa e que representou muito bem na sua anterior candidatura”.

Manuel Alegre, acrescentou, “deu voz a esses movimentos e agora vai confirmar-se de uma maneira mais substancial ainda”.

Questionado sobre o peso atual da Renovação Comunista, Carlos Brito justificou que este movimento “não optou por ser um partido político”.

“Se o tivesse feito, tivesse feito um trabalho de proselitismo, de recrutamento, naturalmente teria muito mais adesões do que tem no quadro político em que se colocou, de uma associação política. Essa circunstância limita o seu desenvolvimento e crescimento”, disse Carlos Brito, referindo que o movimento cultiva “muito a vertente ideológica e de debate”, com “um acento muito forte no marxismo”, ao mesmo tempo que mantém “um pé na atualidade política do país”.

No entanto, Carlos Brito faz questão de sublinhar que “uma coisa é a associação enquanto organização, outra coisa é o movimento renovador, que vai muito para além da própria associação, abrange muita gente que teve posições críticas em relação à linha oficial do PCP, alguns que ainda são militantes do PCP, e sobre os quais a Renovação tem influência”.

Sobre a sua saída do Partido Comunista, na sequência da sanção que lhe foi aplicada em 2002, ditando uma suspensão de dez meses, Carlos Brito afirma que nunca mais reviu o seu cartão de militante, não voltou a pagar quotas nem manteve “contactos oficiais” com o PCP.

“Passaram os dez meses da suspensão, passaram mais dois meses. Ninguém me dizia nada, ‘bom, regressas, o partido propõe-te que vás fazer isto ou aquilo’, então decidi que vou continuar suspenso, mas agora por minha conta e risco. E é assim que me encontro”, explicou.

“Continuo a ser um militante político, comunista, que não está na primeira linha da ação política no nosso país, mas que a acompanha sempre com bastante atenção”, afirmou Carlos Brito.

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