Açoriano Oriental
Inquérito/Banif
Comentador da TVI diz não saber se notícia evoluiu devido aos seus contactos
O comentador António Costa, que estava na TVI a 13 de dezembro, quando divulgaram notícias sobre o fim do Banif, disse hoje não saber se os contactos que desenvolveu motivaram a evolução da notícia ao longo dessa noite.

Autor: Lusa/AO Online

 

"Se os meus contactos tiveram influência na correção ou para a evolução da notícia que estava a passar em rodapé não sei dizer", vincou o responsável, ouvido esta manhã na comissão parlamentar de inquérito sobre o Banif.

Costa, antigo diretor do Diário Económico, é comentador residente da TVI e estava nos estúdios da estação televisiva na noite de 13 de dezembro, tendo o diretor de informação da estação, Sérgio Figueiredo, pedido via mensagem telefónica a sua colaboração para um comentário.

"Contextualizar e comentar" as notícias que a TVI ia dando em rodapé foi a função de António Costa no espaço "25.ª Hora": "Foi enquanto comentador da TVI que tive a minha participação neste processo", sublinhou perante os deputados.

Nessa noite, o jornalista e comentador diz que apenas fez um contacto telefónico sobre o tema, para o antigo presidente do Banif Jorge Tomé - e declarou não saber se daí resultou a evolução ao longo da noite dos rodapés que passaram no canal de notícias da TVI.

A estação de Queluz de Baixo noticiou a 13 de dezembro de 2015 (um domingo à noite) que o Banif ia ser alvo de uma medida de resolução.

A notícia terá precipitado a corrida aos depósitos, cuja fuga foi próxima de mil milhões de euros na semana seguinte, segundo revelaram no parlamento vários responsáveis.

Ao longo da noite houve vários rodapés a passar no canal de notícias TVI24, sendo que um deles, reconheceu António Costa, estava "errado" e foi corrigido, o de que os depósitos acima de 100 mil euros poderiam não estar garantidos.

"Os bancos caem por má avaliação de risco. Não caem por causa de um rodapé", sustentou o jornalista e comentador.

Em 20 de dezembro de 2015, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo.

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