Açoriano Oriental
Colóquio internacional nos Açores quer projetar turismo de jardins
Especialistas nacionais e internacionais reúnem-se em fevereiro, na ilha de São Miguel, para debaterem o turismo de jardins, num colóquio onde será assinado um protocolo para os Açores passarem a integrar uma base de dados europeia.

Autor: Lusa/AO Online

 

“O debate tem o propósito de termos um conhecimento mais rigoroso do que é que envolve o turismo de jardins ao nível da conservação, da reabilitação, da aposta e investimento, do cuidado que é necessário ter nestes espaços”, afirmou a investigadora Isabel Albergaria, em declarações à agência Lusa, acrescentando que o evento quer também potenciar este segmento de turismo.

O colóquio internacional sobre as perspetivas de futuro para o turismo de jardins no país e no mundo decorre de 24 a 26 de fevereiro e surge no âmbito do projeto de investigação “Green Gardens Azores”, que integra uma equipa pluridisciplinar e cuja entidade promotora é o Observatório de Turismo dos Açores (OTA), em colaboração com a universidade local.

Isabel Albergaria adiantou que a iniciativa inclui palestras e visitas a jardins, coincidindo com uma exposição anual de camélias nas Furnas.

Está também prevista a assinatura de um protocolo com o Instituto Europeu de Jardins e Paisagens para os Açores integrarem esta base de dados sobre jardins e a sua história.

“O colóquio poderá também trazer esta função de mostrar os nossos jardins aos olhos dos especialistas neste campo para perceber as potencialidades e o potencial de crescimento deste nicho de mercado”, salientou a docente, destacando o potencial dos jardins dos Açores.

Segundo a responsável, existem no arquipélago “alguns jardins históricos com relevância essencialmente pelas árvores monumentais e de grande porte, pela diversidade botânica e por algumas características fitogeográficas”.

"Temos uma predominância de espécies provenientes da Austrália, Nova Zelândia e também do sudoeste asiático, e isso dá um caráter peculiar a este tipo de flora exótica que existe nos nossos jardins. Por outro lado, será também importante reintegrar a flora indígena e, sobretudo, aquelas que têm um melhor desempenho ornamental, por exemplo, as camélias”, sublinhou ainda a investigadora.

O projeto “Green Gardens Azores”, que Isabel Albergaria lidera, encontra-se numa fase inicial, mas vai levar à criação de uma aplicação móvel para visitas aos jardins dos Açores e de uma página na Internet com o objetivo de potenciar o segmento de turismo de jardins na região.

"Já temos instrumentos metodológicos definidos, tarefas distribuídas e contactos com todos os jardins e com todos os parceiros, a Fundação José do Canto, o Grupo Bensaúde, a Câmara Municipal de Ponta Delgada e o Governo dos Açores", explicou.

De acordo com a docente, a ideia é "lançar as bases para potenciar o turismo de jardins" num arquipélago com grande potencial neste nicho de mercado e que pode ser uma mais-valia para combater a sazonalidade "muito característica" da região.

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