Autor: Lusa/AO Online
Falando na comissão parlamentar de inquérito sobre o banco, Carlos Tavares reconheceu que em dezembro houve uma "negociação mais intensa" dos títulos, mas sem indícios de crime de abuso de informação privilegiada.
"A alteração [da intensidade de transação de ações] não sugere a existência de abuso de informação privilegiada, pelo menos daquilo que apurámos até agora", vincou o responsável.
Carlos Tavares foi ouvido desde final de tarde até perto das 21:30 na comissão de inquérito à gestão do banco, naquela que foi a oitava audição dos parlamentares.
A 20 de dezembro, um domingo, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo.
A notícia da TVI, dias antes, sobre a crise no banco, foi um dos focos maiores da audição do presidente da CMVM.
Carlos Tavares disse aos deputados "acreditar mais" num cenário de negligência da fonte da notícia do que de "dolo" na partilha da informação, que era "obviamente mentira" numa primeira fase - tendo a notícia evoluído ao longo dessa noite de 13 de dezembro de 2015.
"Custa-me a acreditar que alguém tenha provocado a noticia com objetivos de fazer danos a um banco. Acredito mais (?) numa situação de negligência que propriamente de dolo", vincou o responsável.
O presidente da CMVM disse ainda ter recebido indicações do Santander Totta de que este banco procura nesta fase "soluções" para o problema em torno dos vários titulares de dívida subordinada do Banif apanhados na resolução.