Autor: Lusa/AO online
O filme vai inaugurar uma retrospetiva organizada por Mathias Lavin, especialista em estudos cinematográficos, que editou uma monografia sobre a obra de Oliveira.
Esta nova retrospetiva da Cinemateca Francesa irá estender-se de 06 de setembro até 21 de outubro, com a exibição de filmes como "Aniki Bobó", "Porto da minha infância", "Divina Comédia", "Benilde ou a virgem mãe", "Os Canibais", "Non, ou a vã glória de mandar", "Inquietude", "O estranho caso de Angélica" e várias curtas-metragens.
A par da exibição dos filmes, na Cinemateca Francesa haverá ainda uma conferência, no dia 10 de setembro, de Mathias Lavin, sobre a obra cinematográfica de Manoel de Oliveira. O autor irá lançar ainda um livro sobre o filme "Vale Abraão".
No site oficial da Cinemateca Francesa, Mathias Lavin recorda que já foram feitos outros ciclos sobre a obra de Oliveira, mas a "miraculosa longevidade" e a extensa produção têm levado a instituição a regressar ao cinema do autor portuense.
"É uma obra que tem experimentado várias possibilidades estéticas sem se fixar num estilo imutável, convidando a uma releitura anacrónica da história do cinema", afirma o investigador, referindo-se a Manoel de Oliveira como "o patriarca do cinema".
O estudioso elogia-lhe a "produtividade implacável", a "profundamente atual", marcada por uma vertente fantástica, pelas adaptações literárias, pelas leituras de episódios históricos, pela ironia.
"O Gebo e a sombra", adaptação de uma peça de teatro de Raul Brandão, com interpretação de Claudia Cardinale, Michel Piccoli, Luís Miguel Cintra e Michael Lonsdale, será exibido em Paris, depois de passar no festival de cinema de Veneza, em Itália, onde foi selecionado fora de competição.
Ainda em setembro, o filme será exibido no festival de cinema de Toronto, no Canadá, e terá estreia comercial no dia 27 nas salas portuguesas.