Açoriano Oriental
Cerimónia dos Óscares acontece no domingo em edição marcada pela polémica
Os Óscares, os prémios de cinema dos Estados Unidos, serão atribuídos no domingo, em Los Angeles, numa cerimónia que deverá refletir a polémica que tem perdurado há várias semanas sobre questões raciais.
Cerimónia dos Óscares acontece no domingo em edição marcada pela polémica

Autor: Lusa/AO online

 

"O renascido", de Alejandro González Iñárritu, é o filme mais nomeado desta 88.ª edição, em 12 categorias, entre as quais de melhor realização e melhor filme, duas estatuetas que o cineasta mexicano conquistou em 2015 com "Birdman". Leonardo diCaprio, protagonista, parte como favorito ao Óscar de melhor ator principal.

Num ano em que as principais nomeações ficam marcadas por filmes inspirados em histórias verídicas ou em épocas históricas - como "O renascido", "O caso Spotlight", "A queda de Wall Street" e "A ponte dos espiões" -, a verdade é que a cerimónia dos Óscares ganhou outro interesse pela crítica à falta de diversidade étnica entre os nomeados.

Pelo segundo ano consecutivo, a Academia de Cinema dos Estados Unidos nomeou atores exclusivamente brancos, motivando uma onda de protestos e apelo a um boicote na cerimónia, nomeadamente por parte do realizador Spike Lee e do casal de atores Will Smith e Jada Pinkett-Smith.

Em janeiro, a organização anunciou que iria tomar "medidas históricas" para que, de futuro, os prémios possam ser mais abrangentes, com maior diversidade racial e étnica.

Certo é que, esta semana, dias antes da cerimónia, foi divulgado um estudo da Universidade do Sul da Califórnia que dá conta que a indústria cinematográfica de Holllywood vive com uma "epidemia de invisibilidade", no que toca à participação de minorias étnicas, das mulheres e da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero), no setor.

Essa epidemia, refere o estudo, atinge todos os setores, dos estúdios de cinema às produções televisivas, da representação às equipas técnicas, e não é apenas uma questão de diversidade, é "uma crise de inclusão".

Na cerimónia de domingo, que será conduzida pelo humorista e ator afro-americano Chris Rock, serão entregues estatuetas douradas em mais de vinte categorias diferentes.

Para o Óscar de melhor filme estão nomeados "O renascido", "Mad Max: Estrada da fúria", "Perdido em Marte", "A ponte dos espiões", "A queda de Wall Street", "Brooklyn", "O caso Spotlight" e "O quarto".

"Mad Max: A estrada da Fúria", de George Miller, soma um total de dez nomeações, e "Perdido em Marte", de Ridley Scott, reúne sete.

"A ponte dos espiões", de Steven Spielberg, "Carol", de Todd Haynes, e "O caso Spotlight", de Tom McCarthy, têm seis nomeações cada.

Para melhor ator principal, além de DiCaprio (que está nomeado pela sexta vez), foram indicados Bryan Cranston ("Trumbo"), Eddie Redmayne ("A rapariga dinamarquesa"), que venceu um Óscar em 2015 pelo desempenho em "A teoria de tudo", Matt Damon ("Perdido em Marte") e Michael Fassbender ("Steve Jobs").

Para melhor atriz principal surgem as repetentes Cate Blanchett ("Carol"), Jennifer Lawrence ("Joy") e Saoirse Ronan ("Brooklyn"), às quais se juntam pela primeira vez Brie Larson, favorita com "O quarto", e Charlotte Rampling, pelo desempenho em "45 anos".

Destaque ainda para a nomeação de "O menino e o mundo", do realizador brasileiro Alê Abreu, para o Óscar de melhor filme de animação, numa categoria onde estão ainda "Divertida-mente", "Anomalisa", "When Marnie was there" e "Ovelha Choné - O filme".

Para o Óscar de melhor filme estrangeiro (em língua não inglesa) estão nomeados "O abraço da serpente" (Colombia), "O filho de Saul" (Hungria) - apontado como favorito -, "A war" (Dinamarca), "Theeb" (Jordânia) e "Mustang" (França).

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