Açoriano Oriental
Centenas acorreram a praias marroquinas para apanhar "boleia" para Espanha

Centenas de pessoas acorreram na noite de domingo às praias de Al-Hoceima (Zabadia, Sfiha e Suani), no norte de Marrocos, na esperança de embarcar gratuitamente numa "patera" que as levasse até Espanha, constatou a agência Efe no local.


Autor: Lusa/AO online


Os jovens candidatos à emigração, entre os quais algumas mulheres, responderam a um boato difundido através das redes sociais, segundo o qual iriam passar por Alhucemas vários botes para recolher passageiros.

Um rapaz de 17 anos, que se identificou como Said, vendedor de peixe, afirmou à Efe, na praia de Suani, que os bosques mais próximos estavam "cheios de jovens" que estavam à espera das embarcações e a quem tinham dito que seria uma viagem "gratuita e segura".

Também Said Rayani, carpinteiro de 30 anos, disse ter lido no Facebook as informações sobre a partida dos barcos.

A concentração nas praias durou até às 03:00 da madrugada, quando as pessoas começaram a abandonar o local perante a evidência de que se tratava de um falso rumor.

Na noite de sábado para domingo, a Marinha Real de Marrocos impediu a saída de um barco na praia de Martil, a cerca de 30 quilómetros a sul de Ceuta, depois de detetar os movimentos suspeitos de vários jovens na mesma praia.

A Marinha Real localizou o navio antes de chegar à costa e forçou-o a pôr-se em fuga, sem poder embarcar nenhum de seus passageiros.

Em 2018 registou-se um enorme aumento no número de embarcações que deixaram Marrocos em direção a Espanha, batendo recordes no mês de setembro, principalmente nas costas do Rif, onde centenas de jovens abandonaram o país perante a degradação da sua situação económica, política e social.

Na passada quarta-feira, o ministério do Interior espanhol disse que a entrada de imigrantes na Espanha por mar triplicou este ano em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando 33.215 pessoas.

Fontes policiais citadas no último fim de semana por vários meios de comunicação espanhóis afirmam que cerca de 20% do total correspondiam a cidadãos marroquinos.


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