Açoriano Oriental
Capa oferecida por emigrante nos EUA na procissão do Santo Cristo

A imagem do Senhor Santo Cristo sai à rua este ano na procissão de domingo, em Ponta Delgada, com uma capa oferecida por um emigrante nos Estados Unidos da América, um manto antigo, foi esta quinta-feira revelado.


Autor: Lusa/AO online

Numa conferência de imprensa para divulgar a capa escolhida para cobrir a imagem do “Ecce Homo”, oferecida às freiras Clarissas pelo papa Paulo III há mais de 400 anos, o reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Adriano Borges, explicou que "a capa não é nova e é a quarta vez que sai na imagem, e foi oferecida pelo emigrante José António Tavares Estrela, da Ribeira Grande".

"Trata-se de uma capa em veludo feita na Cooperativa Nossa Senhora da Paz, em Vila Franca do Campo, enquanto que no convento as religiosas colocaram as joias", sublinhou, acrescentando a capa "tem mais de 700 diamantes".

Adriano Borges sublinhou que esta é "uma capa icónica", porque foi uma oferta "aquando das comemorações dos 300 anos da primeira procissão".

O reitor do Santuário frisou ainda a importância dos órgãos de comunicação social para a difusão da fé de "forma verdadeira e real" e pediu para que no Santuário haja "um verdadeiro espírito de fé e devoção".

O bispo de Angra, João Lavrador, destacou a dimensão da festa do Senhor Santo Cristo, festividades religiosas que se "espalham pelo mundo com uma marca de profundidade do que é a verdadeira fé cristã".

“Estamos perante um acontecimento aparentemente sociológico, outros são capazes de o ver numa ótica da psicologia e de querer analisar este fenómeno na ordem da psicologia social. Outros veem-no atualmente num sentido religioso periférico”, sustentou, lembrando a mensagem do papa sobre a comunicação social, apelando à colocação da verdade na difusão noticiosa.

Na apresentação da capa escolhida para a procissão que percorre as ruas da cidade de Ponta Delgada na tarde de domingo, o provedor da Irmandade do Santo Cristo, Carlos Faria e Maia, lembrou que este ano as festividades são presididas pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel de Clemente.

Carlos Faria e Maia referiu-se ainda à movimentação e azáfama que por estes dias se vive no Campo de São Francisco e ruas adjacentes.

O ponto alto dos festejos, que terminam no dia 10 (quinta-feira), é a procissão de domingo, que se realiza desde 1700 no quinto domingo depois da Páscoa, percorrendo as ruas da cidade com uma imagem do “Ecce Homo”.

Na madrugada de domingo, como é tradição, a imagem sai da Igreja do Santuário para a Igreja de S. José, um espaço maior que permite receber os milhares de peregrinos em vigília.

O programa integra também na manhã de domingo uma solene celebração eucarística no adro do Santuário com a presença da imagem.

Mas, na tarde de sábado, os peregrinos incorporam-se também na procissão da Mudança da Imagem do Santo Cristo, do Coro Baixo do Convento da Esperança para a igreja anexa, cumprindo um trajeto à volta do Campo de São Francisco.

Antes, na manhã de sábado, os peregrinos percorrem descalços e muitos de joelhos o Campo de S. Francisco, no cumprimento de promessas ao Santo Cristo dos Milagres.


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