Câmara do Comércio dos Açores critica fundos europeus para o setor privado
21 de jul. de 2023, 19:06
— Lusa
“No
caso do Construir 2030, achamos que o bolo do Estado é demasiadamente
grande e que os privados têm acesso a um bolo que, no total, se calhar
não é suficiente para alavancar a economia”, denunciou Francisco José
Rosa, representante da CCIA, durante uma audição no Grupo de Trabalho
que acompanha os fundos europeus na Assembleia Legislativa Regional, que
esteve reunido em Ponta Delgada.O
empresário, que preside também à Câmara do Comércio e Indústria da
Horta, lamentou que os apoios comunitários que se destinam ao setor
privado no arquipélago levem “demasiado tempo” a serem disponibilizados.“Houve
empresas que estiveram demasiados anos à espera, o que fez com que
muitos dos projetos que faziam sentido no início, quando foram aprovados
e assinados os contratos, muitos dos pressupostos já não se verificavam
e ficaram alguns deles desenquadrados da realidade”, lamentou Francisco
José Rosa.Na sua opinião, o Plano de
Recuperação e Resiliência (PRR) apresenta também algumas falhas que
seria necessário corrigir, sob pena de se transformar em mais um
programa comunitário sem grande utilização por parte dos empresários
açorianos.“Os fundos do PRR só vão ter
algum impacto em investimentos públicos. Não está feito para os
privados, pelo menos, para a maioria do tecido empresarial que existe
nos Açores, o que faz com que nós fiquemos de fora, simplesmente, da
maior parte dos avisos que são lançados”, explicou o empresário.O
representante da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores apontou
também falhas nos apoios à formação profissional, previstos nos
programas comunitários, que em seu entender não estão também desenhados
para a realidade das empresas regionais.“Estão
completamente desadequados da necessidade do mercado. Precisamos de
formações eficazes, de curta duração, e que tenham o impacto que é
pretendido. Não é ter formações de dois ou três meses, muitas vezes com
deslocações à mistura”, frisou Francisco José Rosa.A
audição parlamentar da CCIA ocorreu a pedido da bancada do PS na
Assembleia Legislativa dos Açores, que pretendia ouvir as críticas dos
empresários regionais e denunciar as fragilidades que considera existir
nos apoios comunitários, geridos pelo atual Governo de coligação
(PSD/CDS-PP/PPM).