O presidente da autarquia, José Manuel Bolieiro, afirmou hoje aos jornalistas, após a reunião de câmara, que a definição de regras vai obedecer “a três períodos distintos”, pelo que não avançou conteúdos que possam vir a integrar o regulamento.

Ponta Delgada é a única cidade nos Açores com uma sinagoga recuperada, com espaço museológico e cemitério judeu, que permitem recordar o legado hebraico no arquipélago.

Segundo o autarca, na sequência da publicitação de um edital, a partir de hoje os cidadãos têm 30 dias para apresentar ideias e propostas, numa perspetiva de “impulso cívico”.

“O segundo passo é a elaboração, pelo município, de um projeto [de regulamento], que também terá depois as aportações de um conjunto de interessados que se pronunciarão sobre o respetivo projeto, e também espero que as oposições possam entrar nessa fase”, adiantou o autarca social-democrata.

O último passo antes da entrada em vigor do regulamento será a respetiva discussão e aprovação em sede de assembleia municipal.

Fundada em 1836, a sinagoga de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, foi inaugurada após obras de reabilitação em abril de 2015, estando localizada na baixa da cidade, num edifício que passa despercebido, já que, na altura em que foi construído, a legislação portuguesa proibia que os templos não católicos tivessem símbolos no exterior.

O imóvel estava votado ao abandono desde 1970, quando as duas últimas inquilinas, Raquel e Haliá Albo, morreram, mas mantinha no seu interior muito do espólio e dos objetos usados nas cerimónias religiosas que, já recuperados, voltam agora a ser expostos.

A recuperação resultou de um acordo entre a Comunidade Israelita de Lisboa e a Câmara Municipal de Ponta Delgada.