Açoriano Oriental
BPI
CaixaBank formaliza OPA com contrapartida de 1,113
O CaixaBank obteve a luz verde da CMVM para lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre as ações do BPI que ainda não controla, oferecendo um preço de 1,113 euros por ação no anúncio preliminar da operação.

Autor: Lusa/AO Online

Esta oferta do banco catalão, que controla 44,1% do Banco BPI, tem um valor total de 906,5 milhões de euros e está condicionada à eliminação do atual limite dos seus direitos de voto.

Além disso, a OPA só avança caso o oferente consiga comprar mais de 50% do capital do BPI, conforme se lê no anúncio disponibilizado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Esta foi a reação do CaixaBank ao falhanço das negociações com a Santoro Finance controlada pela empresária Isabel dos Santos, para resolver o problema da elevada exposição do banco português a Angola, assumido no domingo pelo Banco BPI.

A imprensa já tinha adiantado no domingo à noite a intenção do grupo financeiro espanhol de avançar com uma OPA voluntária sobre o BPI, e o CaixaBank comunicou essa mesma intenção ao supervisor do mercado espanhol hoje de manhã, antes do arranque da negociação.

Ainda assim, o CaixaBank tinha realçado que só poderia avançar com o anúncio preliminar da operação depois de ter a devida autorização da CMVM.

Isto, porque passou menos de um ano desde o fim da última oferta feita pelo banco catalão para adquirir no mercado as ações do BPI que ainda não controla.

No ano passado, o CaixaBank lançou uma OPA sobre o BPI, que acabou falhada por não ter sido conseguida a desblindagem dos direitos de voto, condição considerada essencial para a operação avançar.

Então, foi oferecido 1,329 euros por cada ação, o que valorizava o banco português em perto de 1,9 mil milhões de euros.

Já na OPA voluntária anunciada hoje, o banco catalão oferece 1,113 euros, ou seja, o BPI é avaliado em 1,6 mil milhões de euros.

Em conferência de analistas, realizada esta manhã, Gonzalo Gortázar, presidente executivo do CaixaBank, afirmou que o preço por ação oferecido hoje, 16% inferior ao de 2015, é "justo".

Gortázar realçou que a direção do Caixabank "tem confiança na operação" e que, desta vez, "funcionará".

"A OPA é a melhor solução" para o BPI, salientou.

O anúncio da OPA surge um dia depois de o banco português ter avisado o mercado de que tinha ficado sem efeito um princípio de acordo entre o Caixabank e o segundo maior acionista do banco, os angolanos da Santoro Finance, sobre o controlo da instituição portuguesa.

O princípio de acordo, anunciado a 10 de abril, visava resolver o problema da elevada exposição do banco português a Angola.

Apesar de o Banco de Fomento Angola (BFA) ter representado no ano passado mais de 50% do lucro do BPI, ou seja, 135,7 milhões de euros de um total de 236,4 milhões, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou em 2014 a alteração da forma de contabilização dos bancos europeus com negócios em Angola, penalizando o capital.

O BPI passou então a ter de reduzir a sua exposição àquele país, mas isso fez vir ao de cima as divergências entre o Caixabank, o principal acionista do BPI - com 44,10% do capital social, apesar de só poder exercer 20% dos votos - e a Santoro, da empresária angolana Isabel dos Santos, que detém 18,58% do capital.

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