Caixa negra do comboio já está com o juiz

25 de jul. de 2013, 12:43 — Lusa/AO Online

Fontes da investigação informaram que o condutor do comboio reconheceu que ia a uma velocidade de cerca de 190 quilómetros por hora numa zona limitada a 80. Depois do acidente, o maquinista manteve comunicações por rádio em que admitiu que ia a uma velocidade muito superior à permitida na curva onde ocorreu o acidente. "Descarrilei, o que vou fazer, o que vou fazer", terá dito um dos maquinistas na conversa por rádio. Ambos os condutores saíram ilesos do acidente e participaram nas operações de resgate. A polícia e técnicos ferroviários estão desde a noite de quarta-feira a investigar as causas do acidente. O presidente da operadora ferroviária Renfe, Julio Gómez-Pomar Rodríguez, confirmou hoje que a linha ferroviária onde ocorreu o acidente tem um sistema de segurança e assegurou que ainda na quarta-feira de manhã o comboio acidentado tinha sido sujeito a uma revisão. Um representante da mesma empresa disse entretanto à cadeia de rádio Cope que a caixa negra já está nas mãos do juiz e mostrou-se prudente sobre as causas do desastre. O presidente da companhia afirmou que não demorará muito para que se conheçam as causas do acidente, mas sublinhou que a decisão caberá ao juiz, que terá de avaliar todas as provas. O secretário-geral do sindicato de maquinistas (Semaf), Juan Jesús García Fraile, considerou que o acidente tem de dever-se a "um conjunto de circunstâncias". "Não sabemos o que poderá ter acontecido, mas teoricamente é mais do que uma coisa, um conjunto de circunstâncias", disse o sindicalista, que se deslocou à Galiza após o acidente. Reconhecendo que o sindicato que dirige não teve acesso a qualquer registo, conversa ou velocidades, o responsável destacou que na zona do acidente há "uma curva pronunciada". O maquinista que conduzia o comboio estava há três anos no centro de trabalho da Corunha e estava vinculado ao serviço de longa distância. "É um ferroviário com uma longa trajetória na condução, desde 1998-2000", disse García Fraile, sublinhando que qualquer maquinista, para circular numa via, "tem de conhecê-la". O condutor, de 52 anos, operava naquela linha há mais de um ano, disse por seu lado o presidente da Renfe, Julio Gómez-Pomar Rodríguez. Gómez-Pomar acrescentou que o condutor está na companhia "há 30 anos e desde 2000 estava a trabalhar como maquinista, primeiro como ajudante de maquinista e desde 2003 como maquinista, estando no centro da Corunha desde 2010".