Bolieiro diz que sucessos do atual executivo são incómodo para Vasco Cordeiro
13 de set. de 2023, 15:23
— Lusa
“Não
é a tentativa que muitas vezes sói dizer-se a quem, em desespero, quer
esconder os sucessos alheios, de que há incompetências do Governo dos
Açores que estão a ser disfarçadas pela criação de um inimigo externo do
Governo da República. Não é assim. O que incomoda o senhor deputado
Vasco Cordeiro são os sucessos deste Governo, que contrastam com o seu
legado, em tantas áreas, que em tão [pouco tempo] resolvemos”, afirmou
José Manuel Bolieiro.O chefe do executivo
açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava no debate de urgência a respeito do
“Incumprimento das responsabilidades do Governo da República para com a
Região Autónoma dos Açores”, apresentado pelo grupo parlamentar do PPM,
no segundo dia do plenário do período legislativo de setembro, o
primeiro após as férias de verão, da Assembleia Legislativa da Região
Autónoma dos Açores, na Horta.E
prosseguiu: “É que, muitas vezes, indagando os açorianos, e muitos
deles, quando me confrontam e dizem ‘então o senhor presidente do
Governo fala da Tarifa Açores, fala da diminuição dos impostos, fala na
creche gratuita, fala do [programa] Idoso em Casa, fala no fim do rateio
dos apoios aos agricultores e o Partido Socialista incomoda-se porque é
sempre a mesma coisa?’”.Acrescentou que
os açorianos também lhe dizem que, nos últimos anos, o que têm na
memória do que foi feito pelo executivo liderado por Vasco Cordeiro é
“um cachalote voador” (numa alusão a um avião da SATA com gastos de mais
de 40 milhões de euros e que esteve dois anos parado devido aos
elevados custos de manutenção).“Eis a
diferença entre aquela identificação das competências e dos sucessos que
esta perceção de factos que o senhor deputado Vasco Cordeiro gosta
aqui, com ‘soundbite’, de dizer: que queremos disfarçar as nossas
incompetências. Não! Nós estamos é a evidenciar os incumprimentos
objetivos que penalizam o desenvolvimento dos Açores”, afirmou.O
líder do Governo açoriano também referiu que o tem dito, “com
urbanidade, na relação cordial com o primeiro-ministro”, sem esconder a
crítica e a revindicação ao Governo da República.Bolieiro
afirmou que procura “ser equilibrado, ponderado e justo” nas suas
“perceções dos factos e dos relacionamentos interpessoais na política,
fora da política, nas instituições e na democracia portuguesa”.No uso da palavra, Vasco Cordeiro pediu ao presidente do executivo que “não se irrite”.“Senhor
presidente não se irrite, nem se amofine com aquilo que é o debate
parlamentar normal. A democracia vive disso. Aliás, eu tenho notado
desde há alguns tempos a esta parte, [que] o senhor presidente do
Governo está particularmente ácido e agressivo em relação à minha
pessoa, mas eu estou a fazer o meu papel. E, portanto, tenha calma, o
povo decidirá”, disse.Vasco Cordeiro
elencou depois algumas preocupações do PS em relação à governação
liderada por José Manuel Bolieiro: “Preocupa-nos que, por exemplo,
depois de anos a baixar a taxa de risco de pobreza, os últimos dados
dizem que ela está a crescer. (…) Preocupa-nos que, depois de anos a
melhorar índices, por exemplo, no caso da igualdade, ou de combate às
desigualdades, os últimos dados digam que está a crescer”.Os
socialistas também estão preocupados, entre outras situações, por, “em
dois anos apenas,” o Governo ter “endividado a região em mais de 600
milhões de euros” e por, em 2021 e em 2022, o défice verificado ter
“batido todos os recordes”.