Autor: Lusa/AO Online
Afirmando desconhecer a existência de casos de pedofilia na Igreja em Portugal e garantindo que se conhecesse algum o denunciaria, o bispo das Forças Armadas garante ter tomado conhecimento de problemas, sobretudo nos Estados Unidos.
“A conclusão a que eu cheguei é esta: sem haver objetivos de ocultação (…) houve bispos - que eu tenho que respeitar - que perante determinados crimes olharam para o filho pródigo, que era o sacerdote, e puseram-no em roda livre: «Vais para aqui, para este caso não ser conhecido». Entretanto, não é só ocultar: «Eu espero que tu te convertas», explicou D. Januário Torgal Ferreira.
Defendendo que este não é um problema de fundo da Igreja, o bispo das Forças Armadas manifestou-se “altamente escandalizado” com a situação e deixou uma pergunta: “Como é que colegas meus, anos e anos, permitiram estes erros?”.
“Não encontro explicação nenhuma, tenho muita vergonha. Eu tenho explicações do ponto de vista psicanalítico, que não quero tornar sistemáticas neste sentido: um tipo que é agredido sexualmente agride outro. Mas isso para mim não é regra”, respondeu prontamente.
Sobre as acusações que nos últimos dias têm visado o Papa Bento XVI, o bispo das Forças Armadas relembrou que não existem provas documentais.
Torgal Ferreira considerou igualmente que não existe uma campanha contra Bento XVI: “A minha posição de homem e de bispo é que não há campanha, não há má vontade. E quem entrar por aí - que é uma má vontade contra o Papa, contra a Igreja e uma perseguição - está a dar um tiro no pé”.