Açoriano Oriental
BES: Associação apela aos lesados para que adiram à solução que termina a 12 de abril

A Associação dos Enganados e Indignados do Papel Comercial (AIEPC) do BES/GES apelou esta quarta-feira para a "importância da adesão de todos interessados" ao fundo de recuperação de créditos, cujo prazo termina em 12 de abril.

BES: Associação apela aos lesados para que adiram à solução que termina a 12 de abril

Autor: Lusa/AO online

Os lesados do papel comercial do BES/GES têm até 12 de abril para aderirem ao fundo que pagará as indemnizações, devendo fazê-lo nas instalações do Novo Banco, do BEST ou do Novo Banco dos Açores.

Em comunicado hoje enviado, a AIEPC sublinha que termina dentro de uma semana a adesão e que, após essa data, "os lesados que não aderiram ao acordo serão automaticamente excluídos da solução encontrada, tendo como único canal para reclamação das suas poupanças a via judicial".

Além disso, "para que esta solução se materialize será necessária a adesão de 50%+1 dos lesados, só assim ficará garantido o fundo de recuperação de créditos que será gerido pela entidade gestora Patris", salienta a associação.

Questionado pela Lusa sobre o assunto, Ricardo Ângelo, da direção da AIEPC, salientou que este alerta se deve ao facto de faltar "apenas uma semana" para a adesão à solução, apontando que "tem havido atrasos nas entregas devido a falhas nos preenchimento".

Por isso, a AIEPC alerta para que lesados o façam o quanto antes a fim de poder garantir que integram a solução, caso contrário o único canal que ficam a ter para reclamação das suas poupanas é a via judicial.

"Já temos uma parte" de adesões, disse Ricardo Ângelo, sem adiantar mais detalhes.

Este acordo extrajudicial foi preconizado pelo Governo e pretende antecipar as poupanças dos lesados do papel comercial do BES/GES.

A subscrição do fundo de recuperação de créditos tem como objetivo potenciar a sua recuperação e mitigar as perdas relacionadas com a aquisição de papel comercial emitido pela Espírito Santo International (ESI) e pela Rioforte.

Após cada lesado receber o contrato de adesão, em que será especificado o valor de indemnização a receber e os termos de pagamento (será pago em três parcelas), terá cerca de três semanas para avaliar se quer aderir ou não à solução proposta.

Só depois de os interessados assinarem, acabado o período de subscrição, é que o fundo pagará a primeira 'tranche' das indemnizações.

Assim, segundo disse à agência Lusa no final de março Gonçalo Pereira Coutinho, presidente da Patris, sociedade gestora do fundo, o pagamento da primeira tranche aos lesados, que envolve um reembolso de cerca de 140 milhões de euros, deverá ocorrer em maio.

O restante valor será pago aos lesados em mais duas parcelas, em 2018 e 2019.

No final de janeiro, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) autorizou a constituição do fundo de recuperação de créditos que irá pagar indemnizações aos cerca de 2.000 clientes que compraram, aos balcões do Banco Espírito Santo (BES), 400 milhões de euros em papel comercial e cujo investimento foi perdido aquando da queda do banco e do Grupo Espírito Santo (GES), no verão de 2014.

A solução encontrada (entre a associação de lesados, Governo, CMVM, Banco de Portugal, BES ‘mau’ e Novo Banco) propõe que os lesados recuperem 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, isto se tiverem aplicações até 500 mil euros. Já acima desse valor, irão recuperar 50% do valor.

Quanto ao pagamento, este será feito pelo fundo de recuperação de crédito, devendo esse pagar 30% da indemnização aos lesados (cerca de 140 milhões de euros) logo após a assinatura do contrato de adesão à solução. O restante valor será pago aos lesados em mais duas parcelas, em 2018 e 2019.

Em troca de receberem as indemnizações, os lesados vão passar para o fundo os créditos que têm sobre o BES e entidades relacionadas com o banco, de modo a que seja este a litigar em tribunal contra o banco pelos danos causados.

Caso os tribunais decidam em favor dos lesados, será o fundo de recuperação de créditos a receber as indemnizações.

A solução para os clientes do papel comercial foi uma promessa do primeiro-ministro, António Costa, tendo sido apresentada no final de 2016. Contudo, o processo tem-se arrastado e ainda estão para ser pagas as primeiras indemnizações aos lesados.


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