Açoriano Oriental
Bebé requerente de asilo vai regressar ao seu país
A Austrália disse que uma bebé requerente de asilo, a quem os médicos se recusaram dar alta hospitalar, deve ser enviada de volta para um centro de detenção de migrantes na remota nação de Nauru, no Pacífico.

Autor: Lusa/AO online

 

Ao abrigo da política de migração de Camberra, os requerentes de asilo que tentam chegar à Austrália por barco são enviados para centros na Papua Nova Guiné e em Nauru, onde ficam retidos enquanto transitam os seus pedidos.

O caso de Asha, uma menina de um ano filha de um casal de nepaleses requerentes de asilo, que foi levada para Brisbane (Austrália) depois de ter sofrido queimaduras no mês passado, desencadeou um braço-de-ferro entre os médicos e uma semana de protestos no exterior do Hospital Pediátrico Lady Cilento.

O pessoal médico recusou-se a dar alta à menina até ser identificado um ambiente familiar adequado.

O ministro da Imigração australiano, Peter Dutton, afirmou que a menina foi agora transferida para um centro comunitário, onde requerentes de asilo vivem enquanto esperam resposta aos seus processos.

“Ela está em detenção comunitária e é óbvio que vai ser providenciado apoio à família”, disse Dutton ao Nine Network, embora deixando a ressalva de que o governo não vai voltar atrás na sua política de enviar a criança de volta para o centro de detenção ‘offshore’ uma vez resolvidas as questões médicas e jurídicas.

Defensores dos refugiados dizem que a menina foi secretamente transferida do hospital de madrugada para uma lugar cuja localização não foi revelada.

“Não nos foi dito o local onde a nossa cliente se encontra atualmente”, disse o advogado da família, Daniel Webb.

“Solicitámos formalmente acesso à nossa cliente, repetidamente, ao longo das últimas três semanas, mas esse acesso foi negado”, acrescentou.

Igrejas, governos estatais e até a Nova Zelândia ofereceram refúgio a Asha e a 266 outros requerentes de asilo que também se encontram na Austrália para receber assistência médica.

Contudo, Dutton afirmou que tal apenas encorajaria os traficantes de seres humanos.

“Temos a responsabilidade não apenas por este bebé, mas relativamente aos bebés que se afogam no mar antes e aos bebés que potencialmente se vão afogar novamente se os traficantes de pessoas voltarem ao negócio”, disse.

Durante o anterior governo (Trabalhista), pelo menos 1.200 pessoas morreram a tentar alcançar a Austrália por mar entre 2008 e 2013.

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