s
G20
BE diz que "não há problema de recursos" para enfrentar crise
O eurodeputado do BE, Miguel Portas, defendeu, esta quarta-feira, que “não há um problema de recursos” para enfrentar a crise mas sim um “problema de coragem” dos líderes mundiais em ir buscar dinheiro aos ‘offshores’ e à evasão fiscal.

Autor: Lusa/AO Online

“Não há um problema de recursos mas um problema de coragem para ir buscar recursos onde eles existem”, afirmou o eurodeputado bloquista num debate sobre o encontro do G20 em Londres, que decorre quinta-feira.

O combate aos paraísos fiscais e à evasão fiscal, a taxação das transacções em bolsa, a defesa de um sistema financeiro público e o reforço dos orçamentos foram os recursos enunciados por Miguel Portas que a economia mundial pode utilizar em seu benefício.

“Estas medidas são possíveis se houver coragem para ir buscar o dinheiro onde ele sempre existiu”, reiterou.

Como exemplo o dirigente do Bloco citou a Europa, afirmando que segundo o Tribunal de Contas Europeu estimou que para o IVA “a evasão fiscal tenha um valor semelhante ao próprio orçamento da União Europeia para 2009, cem mil milhões de euros”.

“Uma estimativa que eles próprios admitem estar feita por baixo”, acrescentou Portas.

Numa intervenção em que se centrou no tema “A depressão, o G20 e a Europa”, Miguel Portas apresentou soluções “de esquerda” para contrariar a crise mundial, referindo que os Estados devem começar a “emitir dívida para que a economia possa receber um impulso monetário para suster a procura” e que as maiores economias mundiais devem centrar as suas prioridades no “combate à pobreza, na defesa do emprego e do poder de compra, na requalificação da produção e num novo sistema monetário”.

“A reforma do sistema monetário era uma das promessas do G20 em Setembro do ano passado, mas que já sabemos que não vai ser discutida amanhã”, lamentou, referindo-se ao encontro que tem lugar em Londres e que marca a primeira visita do presidente Barack Obama ao continente europeu após a tomada de posse.

Miguel Portas destacou ainda a importância na economia de “impor uma política de crédito sem usura”, referindo que no plano nacional a Caixa Geral de Depósitos devia ser utilizada “para impor a sua política de crédito, sem usura e ao serviço do relançamento da economia, e também para o investimento na despesa social”.