Açoriano Oriental
BE acusa Governo dos Açores de desbaratar dinheiro público a servir clientelas
A deputada do BE no parlamento dos Açores, Zuraida Soares, acusou hoje o Governo Regional, do PS, de desbaratar dinheiro público a servir clientelas
BE acusa Governo dos Açores de desbaratar dinheiro público a servir clientelas

Autor: LUSA/AO online

"Continuar a derramar dinheiro para montar e manter rendas de empresas que mais não fazem do que parasitar os serviços públicos será, para alguns, um bom augúrio de vida, mas é, para a generalidade dos açorianos, um verdadeiro desfalque”, afirmou Zuraida Soares no plenário na Assembleia Legislativa Regional, que decorre na Horta, ilha do Faial.

Numa declaração política, onde retoma assuntos da V convenção do BE/Açores, que se realizou no início do mês, a deputada destacou que, na Saúde, “o principal objetivo estratégico anunciado há quatro anos pelo PS e respetivo Governo (Regional), é um rotundo falhanço, ou seja a cobertura integral” por médicos de família.

Zuraida Soares, que regressou à liderança paritária do BE/Açores e é cabeça de lista do partido pelos círculos de São Miguel e compensação às eleições legislativas regionais de 16 de outubro, adiantou que, se denuncia estes problemas, também reivindica “transparência e rigor na administração pública, nomeadamente ao nível das admissões de pessoal”.

Para a deputada, é imperioso “pôr fim aos concursos com cartas marcadas, nos quais já se sabe quem entra e não entra”, realçando, sem precisar, que as denúncias feitas “têm protagonistas reais, a cores e ao vivo”.

Em resposta, José San-Bento, do PS, referiu que “há dois blocos de esquerda”, um nacional com o qual é possível negociar, e outro, nos Açores, que “se autoexclui de qualquer solução e com o qual não é possível negociar, considerando não ser “possível contar com o BE para contribuir para vencer os desafios da região”.

Já a secretária regional da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Isabel Rodrigues, desafiou a deputada do Bloco para, de uma vez por todas, indicar qual foi o procedimento onde não foram seguidos os trâmites que a Lei obriga, acusando-a de “levantar suspeições sem as concretizar”.

“Chame as situações e as pessoas pelos nomes, estamos aqui para ouvir”, insistiu Isabel Rodrigues, sustentando que Zuraida Soares “não pode continuar com esse registo, em que acusa tudo e todos”.

Paulo Estêvão, do PPM, disse estar “absolutamente convencido” de que se o PS não tiver maioria absoluta quererá fazer uma coligação à esquerda, com BE e PCP, enquanto o social-democrata Luís Maurício apontou diversos indicadores, da Educação à Saúde, para perguntar ao PS se não se envergonha deles.

Artur Lima (CDS-PP) destacou que, “em 30 regiões, os Açores são a última do país a nível da coesão social” e que “era possível fazer melhor”, defendendo ser fundamental que os açorianos não deem nova maioria absoluta ao PS, pois “as maiorias criam vícios e medo”.

Para o deputado comunista, asfalto e betão “não são políticas de coesão”, notando que em algumas das ilhas do arquipélago assiste-se ao “envelhecimento e perda de população” e que, quanto a isso, foi feito “zero”.

“Temos as nossas ilhas hoje com desenvolvimentos perfeitamente assimétricos”, observou Aníbal Pires, considerando que para obrigar o PS ao diálogo democrático é urgente que o povo lhe retire a maioria.

No final, Zuraida Soares contrapôs que “não há dois blocos de esquerda, mas dois partidos socialista”, um que não tem maioria na Assembleia da República e “está obrigado ao diálogo”, e outro nos Açores que se esconde atrás da maioria absoluta “com toda a sua impunidade”.

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