Autor: Lusa/AO Online
"Esta decisão é mais um passo na concretização de um projeto que não serve à ilha de São Miguel e que terá consequências negativas na saúde pública e no ambiente, para além do seu gigantesco custo económico imediato e futuro. É um projeto megalómano e insustentável que custará muito caro aos contribuintes", frisou o partido, em comunicado de imprensa.
A construção de uma segunda incineradora nos Açores (já existe uma na ilha Terceira) tem sido contestada, mas, depois de vários debates, o presidente da AMISM, Ricardo Rodrigues, anunciou hoje que a obra foi adjudicada por 64,6 milhões de euros.
Segundo o também autarca de Vila Franca do Campo, além da central de valorização energética, a AMISM pretende instalar também um pré-tratamento de resíduos.
Para o Bloco de Esquerda, o presidente da AMISM agiu "como se fosse um Capitão Donatário", ignorando os alertas e apelos para que o processo fosse travado e contradizendo-se publicamente "vezes sem conta".
"De forma totalmente incompreensível, a AMISM, apesar de anunciar que terá financiamento para a instalação de um TMB [Tratamento Mecânico e Biológico] a montante da incineradora, não pretende sequer redimensionar a incineradora, ignorando a inevitável redução da quantidade de resíduos que chegará a esta", apontou.
O BE responsabiliza as seis autarquias de São Miguel, lideradas por PS e PSD, mas também o Governo Regional (PS), por apoiar a decisão da AMISM e por ter permitido a incineração no Plano de Gestão de Resíduos.
"O Bloco de Esquerda continua a luta contra a incineração e exige a suspensão imediata do processo para que, de forma séria e transparente, se desenvolva uma solução integrada, ambiental e economicamente sustentável para os resíduos sólidos urbanos em São Miguel", salientou o partido.
Segundo o presidente da AMISM, as obras de construção da central de valorização energética de São Miguel deverão arrancar dentro de um ano, com um prazo de execução de 38 meses.