Açoriano Oriental
Banda sonora de "Amália, o filme" editada em CD no dia da estreia nacional
A banda sonora de "Amália, o filme", de Carlos Coelho, é editada em CD quinta-feira, dia da estreia da película, protagonizada por Sandra Barata Belo, em 66 salas do país.

Autor: Lusa/AO Online
 O CD, editado pela Valentim de Carvalho/IPlay, inclui 18 temas interpretados por Amália Rodrigues procurando dar uma perspectiva de uma das mais internacionais artistas portuguesas, além de quatro temas orquestrais de Nuno Malo, gravados pela Filarmónica de Budapeste sob a direcção de Geza Tobok.

    Entre os 18 temas encontram-se alguns dos mais emblemáticos da fadista como "Povo que lavas no rio" (Pedro Homem de Melo/Joaquim Campos), "Gaivota" (Alexandre o'Neil/Alain Oulman) ou "Foi Deus" (Alberto Janes), que a acompanharam até ao fim da sua carreira.

    De Janes é incluído ainda no CD "Vou dar de beber à dor", êxito de 1968 que valeu à fadista um dos três Prémios MIDEM e que vendeu só em Portugal mais de 100.000 cópias, sendo mais conhecido como “A casa da Mariquinhas”.

    O CD apresenta diversas fases da fadista, desde a parceria com o compositor Frederico Valério à ligação com o poeta David Mourão-Ferreira ou com Alain Oulman - outro compositor fundamental na sua carreira - ou ainda as orquestrações de Joaquim Luís Gomes, aqui representado com um tema popular da Beira Baixa, “Quando eu era pequenina”.

    Além dos autores que marcaram a sua carreira e que surgem representados, o CD procura reflectir também os diferentes espaços onde a fadista actuou, desde casas de fado ao teatro de revista, opereta, cinema e palcos internacionais.

    Dos palcos da revista e da opereta surgem temas como "Fado do ciúme" (Amadeu do Vale/F. Valério), e "Lisboa não sejas francesa" (José Galhardo/Raul Ferrão), ou "Sabe-se lá" (João Silva Tavares/F. Valério), enquanto “Barco negro” representa a faceta cinematográfica e ainda o registo de uma das suas actuações no Olympia.

    Amália afirmou em diversas entrevistas que tinha sido de Paris que partiu para o mundo graças aos êxitos alcançados nesta sala parisiense, destacando-se o sucesso que foi o tema "Barco negro".

    Para o tema de autoria de Caco Velho e Piratini, originalmente intitulado "Mãe preta" e popularizado em Portugal por Maria da Conceição, David Mourão-Ferreira escreveu uma nova letra a pedido de Amália, que o incluiu no filme "Les Amants du Tage" (1955).

    O filme de Henri Verneuil conta, entre outros, com os desempenhos de Françoise Arnoul, Daniel Gélin, Trevor Howard e Amália Rodrigues.

    A dupla David Mourão-Ferreira/Alain Oulman surge representada com dois fados: "Medo" e "Abandono", também conhecido como “Fado Peniche”.

    Um dos temas mais populares da artista, "Casa Portuguesa" (Reinaldo Ferreira/Vasco Sequeira/ Artur Vaz da Silva), que conheceu versões em espanhol, francês e italiano, dado o seu êxito dentro e fora das fronteiras nacionais, foi uma canção criada em Moçambique que a fadista adoptou.

    Aliás como "Cheira bem, cheira a Lisboa" (César Oliveira/Carlos Dias), uma criação de Anita Guerreiro na revista "Peço a palavra" (1969), também posteriormente adaptada por Amália.

    "Com que voz" é o tema que fecha o CD, uma referência aos vários poetas clássicos, além de Camões, cantados por Amália e que causou escândalo em finais da década de 60.

    Várias foram as opiniões como a do escritor José Cardoso Pires ou do poeta José Gomes Ferreira contra a presunção de Amália cantar Camões, ao que a cantora pela imprensa respondeu: "Os poetas pertencem ao povo e eu sou do povo".

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