Conjuntura

Banco de Portugal prevê manutenção das ajudas do BCE até final de 2012

As previsões do Banco de Portugal sobre a evolução económica assumem que os estímulos do Banco Central Europeu às economias mais fragilizadas da zona euro vão manter-se até final de 2012.


"A projecção [da evolução dos agregados de finanças públicas] assume que o recurso ao financiamento pelo Ecossistema permanecerá significativo até final do horizonte [fim de 2012], num contexto de persistência de dificuldades de acesso dos bancos portugueses aos mercados de financiamento por grosso", afirma o comunicado de imprensa sobre o Boletim de Inverno do Banco de Portugal.

As previsões do BdP apontam para uma taxa de juro de longo prazo de 6,2 por cento na média de 2011 e 6,6 por cento em 2012, acima da previsão de 5,2 por cento para 2010 e 5,9 para este ano, feita no Boletim anterior, divulgado no princípio de Outubro, e abaixo da média dos últimos dias, que tem rondado os 7 por cento, o nível a partir do qual o ministro das Finanças considera que o recurso a ajuda internacional deve ser equacionado.

"No que respeita às taxas de juro a longo prazo da dívida soberana portuguesa, as hipóteses técnicas - de manutenção do diferencial da taxa de juro face à Alemanha no horizonte de projecção - implicam uma gradual subida ao longo de 2011 e 2012. A evolução dos prémios de risco da dívida soberana portuguesa tem sido condicionada, entre outros, pelas dúvidas quanto à sustentabilidade das finanças públicas, num quadro de manutenção de um conjunto de fragilidades de natureza estrutural da economia portuguesa", escreve o Banco de Portugal.
PUB