Autor: Lusa/AO Online
“É verdadeiramente lamentável que os senhores tenham feito parangonas nesta casa com o médico dentista no Corvo e ele pôs lá os pés uns dias e nunca mais apareceu permanentemente”, afirmou Artur Lima, no debate parlamentar do Plano e Orçamento regionais para 2017, que decorre na Horta, ilha do Faial.
Em resposta, o secretário regional, Rui Luís, começou por explicar que na sua deslocação em janeiro à ilha mais pequena do arquipélago, com pouco mais de 400 habitantes, teve oportunidade de trocar “impressões com várias pessoas”, inclusivamente com o deputado do PPM eleito pelo Corvo, Paulo Estêvão, tendo chegado “à conclusão que não era necessário que um médico dentista estivesse permanentemente no Corvo”, pelo que está acordada a deslocação, uma semana por mês, daquele profissional à ilha.
“No mês de janeiro o médico esteve presente, atendeu 102 utentes, realizou 110 tratamentos, iniciou o programa PICCOA [Programa de Intervenção no Cancro na Cavidade Oral nos Açores]”, explicou Rui Luís, adiantando que no mês de fevereiro o dentista não se deslocou devido a uma avaria na cadeira.
O governante referiu que “o técnico aterrou esta segunda-feira no Corvo, foi reparar a cadeira e hoje saiu”.
“A cadeira está reparada e o médico dentista no dia 27 de março estará novamente no Corvo”, garantiu.
Em maio do ano passado, o então secretário regional da Saúde dos Açores, Luís Cabral, anunciou que a ilha iria passar a ter médico dentista em permanência na unidade de saúde local.
Na ocasião o deputado Artur Lima afirmou: “Felizes dos corvinos que vão ter a melhor assistência de saúde oral do mundo. Não é da Europa, é do mundo”.
“Um médico dentista para 460 pessoas. Em dois meses dá a volta à população do Corvo, se fizer 12 consultas por dia, vezes 20 dias. É fazer a continha, num mês viu toda a população do Corvo”, referiu Artur Lima, tendo o ex-governante garantido que “a população da ilha irá ficar com a melhor saúde oral da região”.
No debate de hoje, a deputada do PSD Mónica Seidi questionou também sobre os incentivos à fixação de médicos, considerando a verba de 100 mil euros para esta situação “residual” e partilhou uma carta de uma empresa que está “a recrutar um médico urgencista para o arquipélago”, propondo como honorários para especialista “sete mil euros por mês”.
Ao secretário regional a parlamentar perguntou se o Governo dos Açores ofereceu um contrato de sete mil euros por mês a algum dos médicos que até agora recusaram ficar na região após terem terminado a sua especialidade médica.
Rui Luís respondeu que o executivo açoriano está disposto “a alterar a legislação”,
“Enquanto a legislação não for alterada, nós não podemos oferecer esses montantes aos médicos”, referiu.
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