Açoriano Oriental
Austeridade é uma virtude se não for só sobre economia
O presidente da Cáritas Internacional, Oscar Maradiaga, disse que a austeridade é uma virtude cristã, mas que deve ser combatida quando aplicada em exclusivo sobre a economia, como nos programas de ajustamento do Fundo Monetário Internacional.
Austeridade é uma virtude se não for só sobre economia

Autor: Lusa/AO online

 

Num encontro no âmbito do evento "Terra Justa", em Fafe, no distrito de Braga, o também coordenador do conselho de cardeais para a reforma da Cúria Romana disse ter visto, na Europa, muitas manifestações contra a austeridade nos últimos anos, uma palavra que é, em si, uma "virtude cristã".

"A austeridade não é um mal, é uma virtude, mas se a entendem só como os ajustes da economia claro que a temos de recusar, porque esses ajustes não beneficiaram em nada os pobres. Sanearam a macroeconomia, mas produziram mais pobreza", declarou Maradiaga.

O cardeal, que foi porta-voz do Vaticano junto do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, lembrou que, enquanto ocupava tais cargos sempre disse: "A economia é para o homem e não o homem para a economia", ecoando as palavras bíblicas de "o sábado é para o homem e não o homem para o sábado".

Num café completamente cheio do concelho minhoto, o cardeal sublinhou a importância da Ética, que, quando esquecida, passa a fazer com que se cresça "à custa da exclusão".

Para os governantes católicos disse que têm de saber que "não podem somente pensar nos seus interesses ou nos de um partido determinado", mas sim nos de toda uma população.

"Somos todos corresponsáveis na condução do bem comum", disse Maradiaga, numa ideia que repetiu diversas vezes.

De acordo com o prelado hondurenho, o sistema económico atual "não é baseado na igualdade de todos, na dignidade de todas as pessoas humanas", excluindo alguns que "não são considerados existentes no mundo"

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