Autor: lusa
"Devemos saber modernizar e substituir os meios quando, ao fim de 30 ou 50 anos de bons serviços prestados, têm também direito de passar à respetiva reserva ou reforma" afirmou Augusto Santos Silva.
O ministro, que falava na Base das Lajes, Terceira, na cerimónia de implementação da aeronave C-295 no Destacamento Aéreo dos Açores, elogiou a Força Aérea Portuguesa por ter "reativado os helicópteros enquanto aguarda a colocação do primeiro EH-101".
Na intervenção que proferiu, salientou que, "no conjunto das ações das forças armadas, cabem as responsabilidades crescentes e determinantes na política externa do país".
"Portugal não é uma ilha, é um país que pertence ao concerto das nações e está vinculado a diversas e plurais alianças e organizações, pelo que as Forças Armadas são importantes na definição e aplicação da política externa portuguesa", afirmou.
Segundo o ministro, "sempre que uma força nacional se destaca, destaca-se o país inteiro com ela".
Para o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Luís Araújo, "a introdução do C-295 (neste ramo militar) é da maior relevância no processo de modernização para melhor execução de missões de serviço público interno e em cooperação com os aliados".
A nova aeronave vem substituir os Aviocar que, ao longo de 34 anos, transportaram nos Açores cerca de 34 mil pessoas e 900 toneladas de carga, desde correio e boletins de voto, até bens essenciais que minimizaram o isolamento das populações.
"Até 1993, foi a Força Aérea que assegurou o único transporte aéreo de e para o Corvo, a mais pequena ilha do arquipélago", realçou Luís Araújo.
A missão da Força Aérea nos Açores também registou mais de um milhar de ações de busca e salvamento e o transporte de cerca de 3000 doentes, tendo nascido mais de duas dezenas de crianças a bordo dos meios aéreos.
O novo avião C-295 é um bimotor turbo-hélice, que pode transportar 24 macas montadas para evacuação de feridos ou doentes ou transportar 9250 quilos de carga diversa, incluindo veículos ligeiros.
A sua primeira missão no arquipélago ocorreu a 23 de março, quando realizou a evacuação de um doente de Santa Maria para S. Miguel.
O aparelho tem maior capacidade de transporte e de autonomia de voo, o que lhe permite melhores condições para operar nos Açores, nomeadamente quanto à capacidade de transporte e de carga da Força Aérea, que tinha de recorrer ao C-130.
Este é o segundo ato no processo de renovação de meios operacionais da Força Aérea, depois dos helicópteros EH-101 Merlin terem substituído os Puma, que, entretanto, já regressaram aos Açores onde continuam a operar.