Açoriano Oriental
Associações do setor imobiliário exigem ao Governo alterações no mercado de arrendamento
Associações do setor imobiliário exigem ao Governo alterações no Imposto do Selo (IS), no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e na obrigatoriedade dos recibos eletrónicos, assim como apoio à reabilitação urbana e a criação de um seguro de renda.
Associações do setor imobiliário exigem ao Governo alterações no mercado de arrendamento

Autor: Lusa/AO Online

Seis associações de proprietários, de inquilinos e de mediadores do imobiliário constituem a Comissão de Acompanhamento do Mercado de Arrendamento Urbano (CAMAU), que esteve reunida na semana passada para elaborar, em conjunto, propostas de dinamização do mercado de arrendamento e apresentar ao atual Governo.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador da CAMAU e presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, Luís Lima, disse hoje que um dos principais pontos de convergência entre as associações do setor imobiliário “é colocar a reabilitação urbana como um dos lemas para 2016, em diálogo com o mercado de arrendamento”.

Para o presidente da Associação Nacional de Proprietários, António Frias Marques, o Estado tem de financiar a reabilitação do edificado, até porque que os proprietários se encontram “descapitalizados”, devido ao congelamento de rendas.

A alteração da aplicação do IS é uma das propostas da CAMAU, sugerindo-se que o imposto deve passar a ser calculado em frações nos prédios com utilização habitacional e não pela totalidade do imóvel.

Frias Marques considerou ser “inqualificável” a atual aplicação do IS, que entrou em vigor com o anterior Governo (PSD e CDS), argumentando que esta medida “foi vendida à população como sendo um imposto sobre as residências de luxo, de multimilionários, e não é nada disso que se passa”.

Outra das propostas das associações do setor do imobiliário é a redução da taxa do IMI para entre os 0,2% e os 0,4%, em vez dos vigentes 0,3% a 0,5%.

“Achamos que o IMI é demasiado elevado para a capacidade das famílias portuguesas”, esclareceu o coordenador da comissão, Luís Lima.

Para o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, Luis Menezes Leitão, o principal ponto de consenso da comissão está relacionado com a “elevada tributação que neste momento incide sobre o setor, principalmente relativamente ao IMI”.

O responsável admite que se podia “ir mais longe”, através de uma taxa única de tributação do IMI para todos os municípios.

A CAMAU propõe também que “a coleta do IMI deve ser dedutiva”, referiu Luís Lima, explicando que se deve privilegiar a tributação pelo rendimento, em detrimento da tributação pela posse.

A criação de um seguro de renda popular, praticado a valores acessíveis, que proteja os senhorios em caso de incumprimento de pagamento de renda por parte dos inquilinos, é também uma das propostas da comissão, assim como a “facultatividade dos recibos eletrónicos”, já que enquanto o país não tiver condições para toda a gente ter acesso à internet “não pode ser obrigatório”.

“Espera-se é que o Governo preste atenção a estes contributos, uma vez que, tratando-se da posição conjunta dos vários intervenientes de mercado, não há razão nenhuma para que o Governo deles se desvie, porque quem está no mercado é que sabe efetivamente o que é que é melhor”, afirmou Menezes Leitão.

Na sexta-feira, a CAMAU pediu audiências com o ministro do Ambiente e com todos os grupos parlamentares.

A Lusa questionou o gabinete do ministro sobre algumas das propostas. “Por respeito para com os interessados, daremos resposta após o encontro”, referiu fonte da tutela, acrescentando que ainda não está agendado.

Criada há cerca de um ano, a CAMAU é constituída pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Associação Nacional de Proprietários (ANP), Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Associação de Inquilinos de Lisboa (AIL), Associação de Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal (AIN) e Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

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