Associação Planeamento Familiar quer mais contraceptivos nos centros de saúde

A Associação para o Planeamento da Família aconselhou hoje o Ministério da Saúde a assegurar a existência de contraceptivos nos centros de saúde em quantidade suficiente, uma vez que os stocks entram frequentemente em ruptura.



    "Os stocks de contraceptivos entram muitas vezes em ruptura. Apesar de a pílula receitada pelo médico ser bastante barata, os preservativos quando não são adquiridos nos centros de saúde são caros", comentou à Lusa o director executivo da Associação para o Planeamento Familiar (APF), Duarte Vilar.

    A APF reagia assim a declarações do ministro da Saúde, Correia de Campos, que terça-feira no Parlamento assumiu que o Serviço Nacional de Saúde falha no planeamento familiar e prometeu anunciar novas medidas durante o debate sobre o Orçamento de Estado.

    "Temos de assegurar que os contraceptivos existem sempre nos centros de saúde", frisou o responsável da APF.

    Apesar de considerar que houve muitos avanços em Portugal nas últimas três décadas, a Associação quer ainda que os serviços de saúde tenham programas de saúde reprodutiva específicos para jovens e para comunidades imigrantes.

    "Consideramos que houve nas últimas três décadas progressos bastante grande, mas há algumas falhas, nomeadamente em relação a grupos que têm acesso mais difícil aos serviços de saúde, como os jovens e as comunidades migrantes", comentou Duarte Vilar.

    "Deveria haver programas de planeamento familiar específicos para jovens. Há muito tempo que se sabe que misturar jovens com adultos nos serviços de saúde dá mau resultado a este nível", disse.

    Quanto às comunidades imigrantes, o responsável da APF estimou que a sua situação legal e enquadramento cultural dificulta por vezes o acesso a métodos contraceptivos.

    Duarte Vilar realçou também que existe um peso excessivo na contracepção da mulher, daí que considere necessário incrementar a utilização de contraceptivos entre os homens.

    "Temos de ser mais cirúrgicos na acção dos programas de saúde reprodutiva", aconselhou o responsável.

    No entanto, admitiu que é necessário melhorar a informação à população geral no que respeita às possíveis falhas no uso de contraceptivos, como a pílula, exemplificando que quando tomada em conjunto com outros medicamentos pode perder o seu efeito evitar da gravidez.

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