Autor: Lusa / AO online
“Temos muitas perguntas e dúvidas para colocar sobre este ponto”, adianta a deputada socialista Teresa Lago. “O nosso voto vai depender dos esclarecimentos que forem prestados”, informou.
A venda foi aprovada pelo executivo municipal no mês passado e abrange 10 edifícios, oito dos quais já estão ocupados pelo hotel Carlton (Grupo Pestana), que assim poderá expandir as suas instalações.
A proposta foi então aprovada com a abstenção dos vereadores socialistas e com o voto contra de Rui Sá, vereador da CDU, para quem este “não parece ser um bom negócio para a câmara do Porto”.
Na assembleia municipal, a CDU também votará conta esta operação. “Só há uma CDU”, salienta o deputado comunista Artur Ribeiro.
“É uma proposta à medida do Carlton. Estamos convencidos de que foi o Carlton que propôs isso”, opina Artur Ribeiro.
Esta força política diz que a autarquia avalia o conjunto de imóveis em cerca de oito milhões de euros mas a base de licitação para venda em hasta pública não chega aos cinco milhões.
“Como neste momento já lá está a funcionar um hotel (Carlton), que vai estar lá até 2017 pagando cerca de quatro mil euros de renda por mês, há um ónus sobre esses prédios e em vez de se vender por oito milhões, vão pôr uma base de licitação de quatro milhões de euros”, salientou o vereador comunista Rui Sá.
A operação mexe com as famílias que vivem nos prédios a alienar, obrigando-as a sair de lá. Para a CDU, esses moradores devem ser realojados em habitações devolutas da mesma freguesia (S. Nicolau).
O Bloco de Esquerda também é de opinião que esta é “uma operação claramente montada em função dos interesses do Hotel Carlton”, registando ainda que os “inquilinos não têm sequer direito de preferência” neste negócio.
O PS vai para a assembleia municipal com dúvidas acerca desta operação, nomeadamente sobre o montante pelo qual esses prédios serão postos à venda, e frisa que “a Câmara passa a vida a alienar as suas propriedades em troca de nada”.
“Não pode ir vendendo à medida que surge um comprador”, aponta Teresa Lago.