Açoriano Oriental
Arábia Saudita quer abandonar petróleo
O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, o maior produtor mundial de crude, anunciou que o país pode diminuir progressivamente a produção nas próximas décadas, tornando-se "uma potência mundial em energia solar e eólica".
Arábia Saudita quer abandonar petróleo

Autor: Lusa/AO online

 

"Na Arábia Saudita reconhecemos que, em última análise, um dia destes não vamos precisar de combustíveis fósseis, não sei quando, em 2040 ou 2050 ou depois disso", disse Ali al-Naimi, o ministro do Petróleo do maior produtor mundial, com cerca de 10 milhões de barris por dia.

A declaração é uma surpreendente admissão de uma nação cuja riqueza, poder e influência no mundo estão radicadas nas suas vastas reservas de crude, considera o jornal britânico Financial Times (FT), que avança hoje com esta notícia sobre as declarações de al-Naimi.

Assim, o reino planeia tornar-se "um 'player' global na energia solar e eólica" e pode começar a exportar eletricidade em vez de petróleo nos próximos anos, noticiou o FT, que nota, no entanto, que muitos analistas da indústria da energia consideram que o abrandamento até 2040 é demasiado ambicioso, dado que 25% da produção diária da Arábia Saudita é para consumo interno.

Apesar de reconhecer que a Arábia Saudita pode um dia deixar de usar petróleo, gás e carvão, o ministro do Petróleo disse que os apelos para que se deixe de usar energia petrolífera rapidamente são, na prática, impossíveis.

"conseguem dar-se a esse luxo já?", questionou o governante, salientando que "isso pode ser um grande objetivo, mas vai demorar ainda imenso tempo".

A Arábia Saudita, tal como outros estados no Golfo, há muito que planeia usar mais energias renováveis: há três anos, lembra o FT, as autoridades do reino disseram que queriam construir centrais solares suficientes para conseguirem exportar energia solar e eletricidade, mas as recentes descidas no preço do petróleo tornam esse objetivo mais distante.

O ministro do Petróleo, no entanto, considera que a descida dos preços, ao contrário, torna o tema mais premente: "Eu acredito que a energia solar é ainda mais económica que os combustíveis fósseis".

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