Antena única no Atlântico Norte instalada até ao final do ano nos Açores
17 de dez. de 2021, 11:08
— Lusa/AO Online
“A antena estará instalada
até ao final deste ano, nas próximas duas semanas, e o plano é estar a
funcionar até ao final do primeiro trimestre”, avançou o governante, em
declarações aos jornalistas.O ministro da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior falava no Parque de Ciência e
Tecnologia da Ilha Terceira (Terinov), em Angra do Heroísmo, onde será
instalada a antena, que integra uma estação recetora de dados de
satélite em tempo real.O projeto é promovido pelo Centro Internacional de Investigação para o Atlântico (Air Centre) também instalado no Terinov.Segundo
o diretor executivo do Air Centre, Miguel Belló, a antena permitirá
captar imagens com largura de três mil quilómetros, entre a Alemanha e a
costa americana, provenientes de seis satélites, e a estação terá
capacidade para processar 290 gigabytes por dia.“Coloca
a ilha Terceira no centro do mundo, porque esta antena vai buscar
informação a todos os satélites que passam por cima dos Açores a cerca
de 800 quilómetros de distância”, sublinhou o ministro da Ciência.O
Laboratório de Observação da Terra do Air Centre está já a trabalhar
com dados da Agência Espacial Europeia (ESA), mas “a partir de março
começará a usar a informação da nova antena”.“Temos
já cá 12 pessoas muito competentes, muitas delas com doutoramento,
outras com licenciaturas e mestrados, que vieram de todo o mundo e que
agora vão pôr a antena a funcionar nos próximos três meses e a partir de
março teremos a antena a funcionar”, frisou Manuel Heitor.O
ministro sublinhou que os dados recolhidos podem ser utilizados em
projetos que vão desde a prevenção de pragas em exploração agrícolas ao
controlo de plásticos no mar, entre muitas outras aplicações.“Hoje,
o espaço é sobretudo dar informação às pessoas para ter comunicações
seguras, para ter uma qualidade de vida melhor e para poderem
movimentar-se e ter informação”, frisou.“O
Air Centre está a cumprir a sua missão, que é trazer para os Açores,
para a ilha Terceira em particular, para Portugal e para a Europa uma
centralidade através dos temas de observação da terra”, acrescentou.Também
presente no evento, o presidente do Governo Regional dos Açores, José
Manuel Bolieiro, salientou que esta antena será “a primeira e única” no
Atlântico Norte.“Vai permitir que tenhamos
dados com capacidade de transmissão imediata e criar desenvolvimentos
através da criação de um centro de dados específico do Air Centre, que
pode reter esta informação, criar interpretação e fazer prototipagem”,
apontou.O chefe do executivo açoriano considerou, por outro lado, que este projeto torna os Açores “relevantes mundialmente”.“Valoriza
muito o Terinov, a ilha Terceira e os Açores, na medida em que, como se
tem visto, é fonte de atração e de captação de talentos altamente
diferenciados e isto ajuda, naturalmente, também a que nós possamos ser
um centro atrativo da economia, dos talentos e da ciência e da
capacidade tecnológica”, afirmou.Criado em
2018, o Air Centre envolve parceiros de Portugal, Espanha, Reino Unido,
Noruega, Gana, Benin, África do Sul, Nigéria, Angola, Namíbia, Cabo
Verde, São Tomé e Príncipe, Senegal, Costa do Marfim, Marrocos, Brasil,
Colômbia, México, Peru, República Dominicana e Estados Unidos.Promove projetos de investigação nas áreas do espaço, atmosfera, oceano, clima, energia e ciências dos dados.