Ano de 2023 foi o primeiro de sempre sem vítimas mortais devido a incêndios florestais
6 de nov. de 2023, 18:35
— Lusa
“Acho
que devemos celebrar 2023 porque é o primeiro ano em que temos zero
vítimas fatais, quer civis, quer operacionais, quer mesmo pessoas que
eram apanhadas a fazer queimas e queimadas”, disse aos jornalistas o
presidente da AGIF, Tiago Oliveira.Segundo
os dados divulgados pela AGIF na conferência de imprensa de
apresentação dos principais resultados do Sistema de Gestão Integrada de
Fogos Rurais 2023, em 2018 morreram 13 pessoas, 12 das quais civis em
resultado de queimadas, em 2019 morreram 10 devido a queimadas, em 2020
foram nove as vítimas mortais, seis das quais operacionais de combate.Em 2021 o número de vítimas mortais caiu para seis (quatro devido a queimadas) e em 2022 para quatro.O
presidente da AGIF destacou também a diminuição dos incêndios nos meses
de verão e a redução da área ardida, que foi de 34.419 hectares até 15
de outubro, o quarto valor mais reduzido desde 2000.Tiago
Oliveira explicou que as condições meteorológicas não foram tão severas
como em 2018 e 2022, mas também houve uma maior “capacidade de gestão
do dispositivo”.Este ano deflagraram 7.635
incêndios rurais, menos 26% do que em 2022, que consumiram 34.419
hectares, uma redução de 69% em relação a 2022.“Nos
últimos seis anos conseguiu-se reduzir para um terço a área ardida e
reduzir para metade o número de incêndios”, disse, sustentando que “o
ano 2023 confirma as tendências que se foram observando” nos últimos
seis anos, o que justificou com o investimento na prevenção.O
presidente da AGIF referiu que Portugal tem “uma estratégia,
planeamento e uma programação conjunta a vários níveis”, designadamente
nacional, regional e sub-regional, além de uma monitorização trimestral.“Os
comportamentos dos portugueses, seja na gestão do combustível à volta
das casas, seja também como a redução do número de incêndios em pleno
verão, demonstra que as pessoas se aperceberam do risco que implica usar
o fogo em dias difíceis”, disse.O
responsável disse ainda que o resultado se deve a um conjunto de
entidades, nomeadamente aos municípios, freguesias e operacionais, que
“se esforçaram para que o principal objetivo fosse conseguido”, tendo-se
apenas registado este ano dois grandes incêndios com mais de mil
hectares, quando a média nos últimos anos era de sete fogos. Na
conferência de imprensa, o presidente da Autoridade Nacional de
Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Duarte Costa, disse também que o
sucesso se deve aos portugueses, bem como ao maior número de meios de
combate, mais capacidade de formação, criação das equipas
multidisciplinares e constante aposta da profissionalização dos
bombeiros voluntários.A AGIF traçou ainda
os objetivos para 2024, que passam por reforçar estímulos para
proprietários e associações, assegurar a qualidade de decisão e a
capacidade de gestão no uso eficiente e eficaz dos recursos, rever
processos para melhorar o desempenho do sistema, mobilizar as entidades
para a execução dos projetos previstos no âmbito nacional, regional e
sub-regional, recuperar as áreas ardidas e aumentar área com
silvicultura, pastorícia extensiva e a área tratada com fogo controlado.