Açoriano Oriental
Angra do Heroísmo vai ter casa para reintegração de sem-abrigo
A Confederação Operária Terceirense, nos Açores, vai inaugurar, na quarta-feira, em Angra do Heroísmo, uma casa de adaptação para sem-abrigo acolhidos na instituição que já tenham adquirido competências para retomar uma vida autónoma.

Autor: Lusa/AO Online

"É um corredor de passagem para fora da instituição. Muitos destes indivíduos estão numa situação pessoal drástica e seria impraticável conseguirem sozinhos sobreviver em sociedade", disse hoje à agência Lusa Nelson Lourenço, presidente da Confederação Operária Terceirense.

A casa “Rumo Certo” vai alojar três homens que viveram no “Abrigo Amigo” (espaço de acolhimento de sem-abrigo da confederação) e que, entretanto, já arranjaram emprego.

"Fazemos com todos um projeto de vida que passa por adquirirem competências, nomeadamente em termos financeiros, mas há ali um período de tempo em que ainda precisam de algum acompanhamento até à passagem para uma vida ativa social", adiantou Nelson Lourenço.

Na casa “Rumo Certo”, estes três homens terão mais autonomia do que no “Abrigo Amigo', passando a ter a chave de casa, a controlar os seus horários, a cozinhar e a gerir despesas.

Segundo Nelson Lourenço, os residentes da casa “Rumo Certo” vão pagar uma comparticipação pelo alojamento, não como uma renda, mas para terem noção da necessidade de gerirem os seus rendimentos.

Durante o período de seis a 12 meses em que permanecerão na residência de autonomização, os utentes terão também apoio técnico e psicológico da equipa de apoio a grupos de risco da confederação.

O “Abrigo Amigo” tem atualmente a sua lotação esgotada, com 14 utentes, mas em maio ou junho deverá inaugurar novas instalações, com capacidade para acolher 30 pessoas.

De acordo com Nelson Lourenço, há vários fatores que levam estas pessoas a viver na rua, mas é, sobretudo, a desestruturação familiar, muitas vezes associada a questões financeiras, que faz com que um elemento da família acabe por passar por esta situação.

Ao longo de quase duas décadas de “Abrigo Amigo”, muitos foram os casos de sucesso, em que as pessoas conseguiram encontrar emprego e ganhar autonomia, mas o presidente da confederação admite que cerca de metade dos utentes acabam por deixar o abrigo, porque não se quererem submeter a regras.

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