Açoriano Oriental
Ana Luís quer “restaurar” confiança nas instituições políticas

A nova presidente da Conferência das Assembleias Legislativas Regionais da União Europeia (CALRE), a açoriana Ana Luís, que esta quarta-feira tomou posse, entende que é necessário "restaurar" a confiança dos cidadãos nas instituições políticas.

Ana Luís quer “restaurar” confiança nas instituições políticas

Autor: Lusa/AO online

"Temos de ter a capacidade de restaurar a confiança nas instituições políticas, através, por exemplo, da transparência no exercício das nossas funções, do recurso às novas tecnologias ou dos estudos sobre o impacto das políticas" na vida dos cidadãos, defendeu a deputada socialista e presidente do parlamento dos Açores, na cerimónia de tomada de posse da presidência da CALRE, que decorreu na Horta, nos Açores.

No seu entender, é necessário aproximar os cidadãos dos centros de tomada de decisão, de forma a aumentar a participação dos eleitores na vida política, sensibilizando-os para os "benefícios" de pertencer à União Europeia.

"Impõe-se a responsabilidade de atenuarmos em relação ao cada vez maior descontentamento e afastamento dos cidadãos, não só em relação às instituições europeias, mas também aos seus órgãos de poder regional e local", realçou a nova presidente da CALRE, para quem as pequenas regiões da Europa são um dos níveis de poder "mais próximo das populações".

Outro dos objetivos anunciados por Ana Luís, para o seu mandato de um ano na presidência da Conferência das Assembleias Regionais da Europa, é a "coesão económica e social" e o "desenvolvimento harmonioso" da Europa.

"A criação de emprego, sobretudo emprego jovem, a competitividade empresarial, o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável assumem-se como prioridades no trabalho das instituições europeias", defendeu a deputada açoriana.

Ana Luís elencou também algumas matérias que entende que devem ser colocadas no centro do debate político, na busca de uma Europa "mais atenta, social e sustentável", como são o caso das ligações entre as regiões da CALRE, das alterações climáticas e das questões de género.

A nova presidente da CALRE lamenta, por exemplo, que as alterações climáticas continuem a ser "ignoradas" pelos cidadãos, que, no seu entender, adotam "comportamentos que nada contribuem para a preservação dos recursos naturais".

"Por isso, importa insistir nesta ética global, que assenta no respeito pela natureza e na consciência de que os recursos são finitos", alertou a deputada açoriana, recordando que os recursos naturais têm uma "preponderância categórica na sobrevivência humana".

Quanto às questões de género, Ana Luís entende que "muito falta ainda conquistar", para que todos (homens e mulheres) "sejam tratados como iguais", com as mesmas oportunidades e avaliados pela sua "competência" e não pelo seu "género".

"É também nossa a responsabilidade de insistirmos num caminho de pedagogia e informação, que permita contribuirmos para uma sociedade mais justa e mais igual", insistiu a nova presidente da CALRE.

Ana Luís, 41 anos de idade, economista, natural da ilha do Faial, preside, pelo segundo mandato consecutivo, à Assembleia Legislativa dos Açores, assumindo agora também o cargo de presidente da CALRE, em substituição do espanhol Juan Pablo Duran, presidente do parlamento da Andaluzia.


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