Autor: Lusa/Açoriano Oriental
Em comunicado, aquela organização não governamental referiu ter comprovado a autenticidade de cinco vídeos divulgados nos dias 08 e 09 de junho que revelam um ataque de artilharia da coligação, supostamente com fósforo branco, contra civis nos bairros de Al Yazra e Al Sabahia, na periferia ocidental de Raqqa.
Segundo as conclusões da organização de direitos humanos, as munições de artilharia utilizada contra esses bairros seriam provavelmente projéteis M825A1 de 155 milímetros, de fabrico norte-americano.
O texto recorda que a lei humanitária internacional proíbe a utilização de fósforo branco perto de zonas civis.
A diretora de operações no Médio Oriente da AI, Samah Hadid, afirmou que o uso pela coligação deste tipo de substâncias “põe em risco as vidas de milhares de civis sitiados dentro e nos arredores de Raqqa e nessas circunstâncias pode implicar um crime de guerra”.
Hadid sublinhou que o fósforo branco pode ocasionar “feridas horríveis” ao queimar a carne e os ossos, e permanece perigoso mesmo algumas semanas após ter sido lançado, pelo risco de voltar a atuar caso existam temperaturas muito elevadas.
A responsável da AI apelou às forças lideradas pelos EUA que investiguem de imediato os ataques de artilharia contra Al Yazra e Al Sabahia, e tomem medidas para proteger os civis.
“A utilização de fósforo branco em áreas com alta densidade de população implica um alto risco desnecessário para os civis e equivaleria a ataques indiscriminados”, assinalou Hadid.
Ao citar ativistas locais, a AI sublinhou que pelo menos 14 civis foram mortos num dos ataques, que atingiu uma zona onde também existe muitos deslocados de outras regiões da Síria.
O comunicado precisa que o fósforo branco apenas pode ser empregue para formar uma cortina de fumo que impeça a visibilidade das tropas inimigas, ou para assinalar objetivos de potenciais ataques, nunca devendo ser utilizado perto de áreas civis.
As Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança dirigida por milícias curdas e apoiada pela coligação, estão envolvidas num assalto à cidade de Raqqa, considerada a “capital” do califado declarado pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) em 29 de junho de 2014.