"Entregámos o apelo ao tribunal", indicou à agência noticiosa francesa AFP o seu principal advogado, Kyi Win.
O tribunal ouvirá sexta-feira a argumentação da defesa antes de decidir se aceita analisar o apelo, precisou Nyan Win, um outro advogado e também porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi.
A opositora, de 64 anos, foi inicialmente condenada a três anos de trabalhos forçados, mas o chefe da junta militar, general Than Shwe, comutou a pena para mais 18 meses de prisão domiciliária.
A líder da oposição birmanesa e Prémio Nobel da Paz foi considerada culpada de ter violado as condições da pena de prisão domiciliária, que cumpria, ao deixar entrar e dar abrigo durante duas noites, em sua casa, ao cidadão norte-americano John Willian Yettaw.
Yettaw, julgado também por infringir a lei de segurança nacional, foi condenado a sete anos de prisão, dos quais quatro de trabalhos forçados, mas entretanto foi expulso.
A Junta Militar condenou também a 18 meses de prisão domiciliária as duas mulheres - mãe e filha -, que dão assistência à Nobel da Paz, na sua casa.
Na altura, a defesa de Suu Kyi considerou a sentença "incorrecta" e sustentou que a acusação se baseou numa lei que deixou de ter efeito depois da entrada em vigor da Constituição aprovada no ano passado, em referendo.
A pena impedirá a Nobel da Paz de 1991 de participar nas eleições birmanesas previstas para 2010.
Os advogados disseram hoje pretender apresentar mais de uma dezena de argumentos para justificar a sua recusa do veredicto de 11 de Agosto.
"Aung San Suu Kyi está inocente. O principal responsável é o intruso", explicou Nyan Win, referindo também problemas constitucionais.
