“Achamos que há aqui um conjunto de condicionantes que têm de levar necessariamente a um apoio extraordinário ao setor das pescas”, afirmou Manuel São João, em declarações aos jornalistas, em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel.

O titular da pasta do Mar falava no âmbito de uma visita à lota da vila de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande.

"Já existiu em tempos um apoio extraordinário a nível regional. E, o que nós estamos a pensar neste momento, na sequência da proposta de resolução entregue pelo PSD, é num apoio mais direcionado para as comunidades piscatórias, como o caso concreto de Rabo de Peixe, que foram muito penalizadas pela pandemia de covid-19.”, disse.

O PSD/Açores anunciou esta semana que vai apresentar uma proposta para a atribuição de um apoio que tenha como base o valor do salário mínimo aos pescadores que registaram quebras de rendimento nos últimos três meses devido à pandemia da covid-19.

A iniciativa foi anunciada na terça-feira, no porto da vila de Rabo de Peixe, pelo deputado social-democrata na Assembleia Regional Jaime Vieira, que destacou que a “vida dos pescadores não tem sido fácil” devido à crise provocada pela covid-19.

Questionado hoje pelos jornalistas, o secretário regional do Mar e das Pescas disse ter tomado conhecimento da proposta e estar disponível para "apoiar de forma muito clara aquilo que consta da proposta do PSD".

"E estamos disponíveis para estudar e implementar no caso de ela ser aprovada pela Assembleia Legislativa Regional dos Açores", sublinhou Manuel São João, reconhecendo que se vive "uma crise pandémica que limitou as pescarias" e a colocação do pescado nos mercados nacionais e internacionais.

O governante frisou que aquilo que move o Governo é a justiça social, visando o aumento dos rendimentos dos pescadores que, neste momento, têm visto os seus rendimentos a decrescer por força da pandemia de covid-19.

"E queremos também dar um sinal de que o Governo está solidário", sublinhou o secretário regional do Mar e das Pescas do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM.

Quanto à questão da reconversão da frota, Manuel São João adiantou que este ano vão ser abatidas cerca de 30 embarcações nos Açores, abates que ocorrem porque "o armador atinge uma idade que já não consegue ir ao mar ou porque a própria embarcação já não reúne muitas condições" para a atividade, mas admitiu que o incentivo financeiro que foi canalizado para o abate "não tem surtido o efeito desejado".

"Estamos a tentar é que, a nível comunitário, haja um reforço nesse incentivo ao abate por forma a termos uma frota mais adequada à nossa realidade", explicou ainda.

APE // VAM