Autor: Arthur Melo
Ao mesmo tempo, o Peugeot 207 S2000 voltou a mostrar todo o seu potencial e fiabilidade, permitindo à equipa e ao piloto finalizarem a fase de terra do Campeonato de Portugal de Ralis na liderança, com larga vantagem para os mais directos perseguidores, José Pedro Fontes e a equipa Fiat.
Depois de cumprida a 19ª e última especial da prova, a equipa fez a festa com todos os seus elementos, tendo Bruno Magalhães revelado a sua euforia e alegria pela conquista de uma vitória que já perseguia há algum tempo.
“Esta era uma das provas que ambicionava muito ganhar. O desfecho da prova o ano passado deixou-me muito desiludido e daí o sentimento de quase obrigação de vencer. Estou muito contente com a vitória, não só por mim, mas também pela Peugeot. Dou à equipa, à marca e ao Peugeot 207 S2000 a primeira vitória nos Açores. É uma prova que vai ficar marcada na nossa história. Parece que o número 13 da 13ª participação nos trouxe sorte. Quebrámos finalmente o enguiço”, refere com enorme alegria, não esquecendo que grande parte do triunfo pertence ao seu navegador, Carlos Magalhães.
Vítor Pascoal (Peugeot 207 S2000) finalizou a prova na segunda posição, conseguindo desta forma a mesma posição do ano passado e, tal como em 2007, a segunda etapa foi decisiva para o resultado obtido.
Com um forte andamento ao longo de todo o dia, Vítor Pascoal conseguiu saltar do sexto para o segundo posto, numa prova em que apesar de alguns contratempos registados – ligeiras saídas em alguns troços – acaba por receber o prémio do segundo lugar da geral, a 02m05s1 do vencedor.
A fechar o pódio da geral ficou José Pedro Fontes que levou o seu Fiat Punto S2000 desde o nono lugar até ao terceiro posto, mercê do forte andamento que impôs no último dia em que consegue mesmo vencer o Super Rally, tendo pelo meio ainda fixado o novo recorde da Tronqueira.
Para o piloto, esta segunda etapa serviu para elevar a motivação já a pensar no futuro, não escondendo por isso a satisfação por aquilo que foi conseguido ao longo do último dia de competição.
“Sabíamos que não tínhamos nada a perder e arriscámos o que podíamos para atingir este resultado. Estamos contentes e motivados para a próxima fase do campeonato que irá começar na Madeira no final do mês. Repetimos, hoje, a prestação de há um ano nesta prova e saímos dos Açores bem colocados para fazer uma segunda metade do campeonato em crescendo, esperando continuar a evoluir e lutando sempre pelos melhores resultados em cada prova”, resumiu José Pedro Fontes.
Horácio Franco termina carreira como melhor piloto açoriano
Horácio Franco colocou um ponto final na sua longa e rica carreira de piloto com a obtenção de um quarto lugar na classificação geral na única prova dos Açores que nunca conseguiu ganhar.
A “cereja no topo do bolo” - assim perspectiva o piloto - acabou por nunca surgir mas o veterano piloto micaelense conseguiu atingir o objectivo traçado para a sua despedida: ser o melhor açoriano.
A confirmação veio pela voz do próprio que, nas Portas da Cidade, agradeceu bastante emocionado todo o carinho e apoio que recebeu ao longo de mais trinta anos de carreira de todo o público micaelense, dizendo que “foi uma vida que agora encerra. O meu muito obrigado a todos vós”, disse com indisfarçável embargo de voz, ao mesmo tempo que limpava uma pequena lágrima - de saudade - que já lhe escorria rosto abaixo antes mesmo de ser abraçado por todos os que no pódio o aguardavam, como Carlos César, José Contente, Francisco Coelho e Berta Cabral.
Cá em baixo, as centenas de pessoas que assistiam à festa renderam-se perante o campeão e não pouparam aplausos e palavras de incentivo.
Na hora de abrir o champanhe, Horácio Franco recebeu um banho de gratidão de Diogo Lima - seu navegador no rali da despedida -, Ricardo Moura, Luís Rego, Sancho Eiró e Pedro Rodrigues. Não foi o banho da vitória à geral mas foi a consagração e reconhecimento daquele que é considerado como o melhor piloto açoriano de ralis de todos os tempos.
Facilmente já se percebeu que este foi o pódio dos açorianos na prova. Moura finalizou em oitavo, enquanto que Rego foi décimo. Para Ricardo Moura o sétimo lugar final no Super Rally - logo atrás de Franco - equivale a uma vitória à geral em mais uma pontuação para o Campeonato dos Açores de Ralis.
Relativamente às contas da Fórmula 3 e Agrupamento de Turismo, Carlos Costa (Citröen Saxo S1600) cumpriu os três dias de competição a um ritmo alucinante, vencendo e dominando entre os concorrentes das duas rodas motrizes.
No final, o 12º posto da geral foi efusivamente festejado, mas a grande satisfação de Carlos Costa residia nas duas vitórias à geral conquistadas para o Campeonato, o que reforçou a sua liderança na Fórmula 3 e Grupo A.
Fernando Casanova estreou da melhor forma o Citröen C2 S1600 em São Miguel, com o segundo lugar entre os concorrentes da F3 e o 18º posto da geral, enquanto que este pódio ficou fechado com Bruno Amaral (Citröen Saxo Cup), um prémio para a regularidade deste jovem piloto micaelense.
Na Fórmula 2, a tenacidade de Fernando Amaral (Renault Clio RS 2.0) valeu o triunfo na classe no final da prova, depois de os seus directos adversários terem ficado pelo caminho, o que lhe permite reassumir a liderança.
Finalmente, e depois do prematuro abandono na primeira etapa, Raquel Rodrigues regressou na segunda etapa ao abrigo do Super Rally, conseguindo finalizar na 25ª e última posição (classificação do segundo dia), vencendo a Classe Diesel e Taça das Senhoras.
Classificação Final
1º Bruno Magalhães, 02h55m25s8;
2º Vítor Pascoal, a 02m05s1;
3º José Pedro Fontes, a 02m26s8;
4º Horácio Franco, a 03m19s5;
5º Fernando Peres, a 04m17s4;
6º Adruzilo Lopes, a 04m41s6;
7º Yeray Lemes, a 04m47s7;
8º Ricardo Moura, a 04m54s2;
9º Vítor Lopes, a 06m18s8;
10º Luís Rego, a 08m49s2;
11º Nuno Barroso Pereira, a 11m18s1;
12º Carlos Costa, a 18m37s5;
13º Marco Martins, a 18m55s3;
14º Albert Llovera, a 20m04s5;
15º João Félix, a 21m17s5;
16º Fernando Casanova, a 24m58s0;
17º José Câmara, a 25m02s0;
18º Bruno Amaral, a 28m09s8;
19º Alexander Villanueva, a 33m46s2;
20º Fernando Amaral, a 35m54s2;
21º Tiago Mota, a 36m59s0;
22º Pedro Vale, a 41m07s2;
23º José Fernando Ramos, a 43m38s3;
24º Diogo Silva, a 50m55s3.