Açoriano Oriental
Euro2008
A segunda vez da Espanha... após 44 anos de frustrações
A Espanha colocou um ponto final a 44 anos de sucessivas frustrações, ao conquistar hoje em Viena, frente à “rainha” Alemanha (1-0), com um golo de Fernando Torres, o seu segundo título de campeã Europeia de futebol
A segunda vez da Espanha... após 44 anos de frustrações

Autor: Lusa/AO online
Mesmo com a sua grande “estrela” (Raul Gonzalez) em casa, por opção do seleccionador Luís Aragonés, a formação espanhola logrou, finalmente, adicionar um ceptro ao arrebatado em casa, no longínquo ano de 1964, então após um triunfo por 2-1 sobre a União Soviética.
Depois desse triunfo, na segunda edição da prova, a Espanha apresentou-se muitas vezes como candidata a vencer Mundiais e Europeus, quase “obrigada” pela sua imprensa desportiva, mas foi somando desaires, uns atrás dos outros.
Nestes 44 anos, a “fúria” espanhola apenas conseguiu aceder a uma final, a do Euro84, perdida para a anfitriã França (0-2), de Michel Platini, actual presidente da UEFA, não somando sequer mais qualquer presença em meias-finais.
Enquanto a selecção foi acumulando fracassos, os clubes do país vizinho não se cansaram de somar êxitos: depois de 64, nomeadamente o Real Madrid, que juntou quatro aos cinco que já possuía, e o FC Barcelona, bicampeão em 1992 e 2006.
A explicação é, no entanto, bem simples e passa pelos jogadores: o último “Bola de Ouro” espanhol foi Luís Suarez, em 1960. Depois disso, Cruyff, Stoichkov, Rivaldo, Figo, Ronaldo e Ronaldinho, conseguiram-no por equipas espanholas... todos estrangeiros.
O avançado “merengue” Raul esteve perto, em diversas ocasiões, mas nunca o conseguiu e, agora, no que poderia o seu momento de glória, depois de ter somado o sexto título espanhol pelo Real Madrid, acabou por ser excluído por Aragonés.
O veterano seleccionador espanhol optou por uma equipa jovem, privilegiou o colectivo, em detrimento do individual, e deu-se muito bem, sem precisar de jogar um futebol defensivo: a Espanha apostou na posse de bola e jogou para a frente, apoiado numa defesa segura.
O guarda-redes Casillas esteve imperial na baliza, somando mais uma época de ouro, bem guardado pelos centrais Puyol e Marchena (passou pelo Benfica em 2000/2001) e o “trinco” Marcos Senna, bem como pelos laterais Sérgio Ramos e Capdevila.
No meio-campo, e com Senna na retaguarda, Xavi, Iniesta e David Silva tiveram espaço para criar, sem nunca descurarem os aspectos defensivos, e servir nas melhores condições Fernando Torres e David Villa, o melhor marcador da prova.
Aragonés apenas mexeu na equipa base na final, com a entrada de Cesc Fabregas para o lugar de Villa, como havia acontecido quando o jogador do Valência se lesionou, durante o embate das meias-finais.
Por seu lado, o avançado Daniel Güiza, melhor marcador da última edição da Liga espanhola e segundo na “Bota de Ouro”, apenas atrás do português Cristiano Ronaldo, foi o suplente mais produtivo.
No percurso rumo ao título, a Espanha, única equipa sem derrotas ao longo da prova a par da Croácia, começou por vencer o Grupo D, apenas com vitórias: 4-1 à Rússia, com “hat-trick” de Villa, 2-1 à Suécia, com Villa novamente a decidir (golo aos 92 minutos), e, já apurada e com as reservas, 2-1 à detentora Grécia.
A eliminar, o “onze” de Aragonés começou por superar a Itália, num dramático “duelo” decidido apenas no desempate por pontapés da marca da grande penalidade (4-2): depois de eliminações na “lotaria” nos Mundiais de 1986 e 2002 e no Europeu de 1996, Casillas acabou com a “maldição”, ao deter os remates de De Rossi e Di Natale.
Nas meias-finais, a Espanha voltou a defrontar a Rússia e a vencer por três golos (3-0). Apesar da presença de Arshavin, que havia falhado por castigo o primeiro jogo, a equipa de Guus Hiddink foi manietada e derrota com tentos de Xavi, Güiza e Silva.
Após destroçar os russos, os espanhóis voltaram a dar espectáculo na final e só por alguma falta de sorte não conseguiram mais do que o golo de Fernando Torres (33 minutos), ainda assim mais do que suficiente para acabar com uma seca de... 44 anos.
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