Açoriano Oriental
Vice-presidente da Comissão Europeia pede"por favor" a Passos Coelho para continuar reformas
O vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, deixou uma mensagem ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a quem pede "por favor" para que continue com as reformas estruturais.

Autor: Lusa/AO online

 

"Uma mensagem que quero passar ao primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] é que por favor continue com as reformas estruturais que realmente aumentem a competitividade", disse Jyrki Katainen, aos jornalistas, à margem do 'Roadshow' (apresentação) do Plano de Investimento para a Europa", que hoje teve lugar na Universidade Católica, em Lisboa.

O vice-presidente da Comissão Europeia afirmou que Portugal fez muito para recuperar a confiança, através "de políticas decisivas".

"Mesmo com uma taxa de desemprego muito elevada no momento, devemos estar satisfeitos por [Portugal] ter recuperado a confiança e deixado, com sucesso, o programa [de assistência] para trás", afirmou.

O responsável europeu frisou ainda que é preciso "manter o foco na competitividade, nas reformas estruturais e também na dimensão social, como a educação e as capacidades ['skills'] das pessoas".

O comissário com a pasta da investigação, ciência e inovação, Carlos Moedas, também falou sobre o assunto.

"As reformas que estamos a fazer são essenciais para que o investimento funcione, estarmos a por mais dinheiro, mais investimento sem ter as reformas feitas nos diferentes países da União, não vai dar os resultados que esperamos", frisou, durante a sua intervenção.

Já à margem do evento, o comissário, e ex-secretário-adjunto do primeiro-ministro, reforçou: "Não basta investir e depois não ter resultados desse investimento, os políticos não devem ser julgados pela quantidade do investimento, mas pela qualidade desse investimento. O que precisamos é ter as reformas certas na Europa".

Carlos Moedas defendeu ainda que é preciso melhorar o ambiente regulatório e apontou os setores da saúde, indústria e ciência como "os grandes pilares para a mudança".

Sobre o chamado 'Plano Juncker', pouco mais se soube, mas Carlos Moedas destacou que "é um plano de investimento que pode ter um grande interesse para Portugal" e que permite passar "do velho paradigma de investimento baseado em rendas para um investimento baseado numa economia do conhecimento".

"O fundo não tem nenhum tipo de alocação geográfica nem de setor e por isso é importante que as empresas portuguesas estejam preparadas para concorrer num ambiente que vai ser de alto nível", disse.

Questionado sobre o que pensa Bruxelas quanto a uma eventual contribuição de Portugal para o plano, Katainen afirmou não saber se o país pensa em contribuir diretamente para o fundo e destacou que "o mais importante é que o setor privado em Portugal percebe as novas oportunidades".

"O nosso objetivo é mobilizar o maior número de fontes privadas possível e minimizar os esforços dos contribuintes", afirmou, classificando as Pequenas e Médias Empresas (PME) como "essenciais" neste processo.

Carlos Moedas sublinhou ainda que "Portugal em relação ao quadro anterior está melhor" e que "as empresas portuguesas estão a apresentar melhores propostas" no âmbito do programa Horizonte 2020.

"Desde dezembro, já tive o gosto de ter telefonado a 15 pessoas em Portugal que tiveram uma bolsa do Centro Europeu de Investigação. São bolsas entre 1,5 milhões de euros e 2 milhões de euros e que mudam a vida de um investigador, são à volta de quase 30 milhões de euros para investigadores que estão em Portugal", afirmou.

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