Autor: Lusa / AO Online
"É um condicionalismo permanente de uma região atlântica como os Açores, que cria naturalmente inconvenientes", afirmou à Lusa Luís Paulo Alves, candidato do PS/Açores ao Parlamento Europeu, onde espera levar a perspectiva de que "o transporte aéreo e marítimo são as auto-estradas do arquipélago".
O candidato socialista encarou esta contrariedade com normalidade e alguma benevolência, alegando que a situação "faz parte do dia-a-dia de quem vive no meio do Atlântico".
Em virtude do cancelamento do voo, a comitiva socialista acabou por recorrer a um barco para se deslocar do Pico para o Faial, onde apanhou o avião para a Terceira.
A deslocação à lota da Praia da Vitória, na Terceira, agendada para esta manhã, acabou por ser cancelada devido à dificuldade de ligação aérea, mas Luís Paulo Alves manteve as restantes acções de campanha previstas para esta quinta-feira.
Também para a candidata do PSD/Açores ao Parlamento Europeu, Maria do Céu Patrão Neves, sofreu os condicionalismos de uma região insular e ultraperiférica, que já tinha sentido na segunda-feira.
No arranque da campanha eleitoral, a candidata social democrata teve de viajar de barco entre as Flores e o Corvo, uma vez que o Dornier da SATA estava avariado e esta quinta-feira foi forçada a cancelar um encontro com a direcção da Associação de Jovens Agricultores de S. Miguel devido ao cancelamento do voo Pico/S. Miguel.
"São contingências normais para quem vive em ilhas e estou habituada. Naturalmente que estes situações condicionam a programação de uma campanha eleitoral, mas estamos já preparados para agir nestes casos", afirmou Maria do Céu Patrão Neves, em declarações à Lusa.
Segundo Maria do Céu Patrão Neves, estas situações permitem aos candidatos sentir de perto a realidade de quem vive nas ilhas mais pequenas e as dificuldades por que passam no seu dia-a-dia.
"As maiores dificuldades, sobretudo no Inverno, verificam-se nas viagens para as ilhas das Flores e Corvo, devido à sua dupla insularidade. Os açorianos destas duas ilhas, que são obrigados a viajar com frequência, nomeadamente por motivos de saúde, são os que mais sentem na pele o prejuízo causado pelo cancelamento das viagens aéreas", sustentou a candidata.
José Gambôa, do gabinete de imprensa da transportadora aérea açoriana SATA, confirmou à Lusa que o voo S. Miguel/Pico teve de divergir para o Faial, enquanto a ligação Pico/S. Miguel foi cancelada devido ao vento forte que se fazia sentir na ilha montanha durante a manhã.
"Todos os passageiros afectados já foram reacomodados noutros voos e, até ao momento, não se registou mais nenhuma anomalia na operação prevista para hoje", afirmou José Gambôa.
O transporte aéreo entre as ilhas açorianas é efectuado pela SATA Air Açores em pequenos aviões ATP, com capacidade entre 48 a 64 passageiros.
O Instituto de Meteorologia previu para esta quinta-feira rajadas máximas até 55 quilómetros por hora nas cinco ilhas do grupo central (Terceira, Graciosa, S. Jorge, Faial e Pico).