Açoriano Oriental
Vasco Cordeiro diz que fenómenos como o da Catalunha não devem ser resolvidos com proibições

O presidente do Governo Regional dos Açores disse hoje que fenómenos como o da Catalunha, em Espanha, não devem ser resolvidos com proibições e alertou para a possibilidade de esta situação alimentar “perspetivas mais radicais e extremistas”.

Vasco Cordeiro diz que fenómenos como o da Catalunha não devem ser resolvidos com proibições

Autor: Lusa/AO Online

“Não me parece que a forma como fenómenos como aquele que estão hoje a suscitar todas as atenções na Catalunha possam ser resolvidos com proibições e com a impossibilidade dos interessados exercerem livremente a sua opção”, afirmou Vasco Cordeiro aos jornalistas após votar na Junta de Freguesia de São José, em Ponta Delgada.

Para o chefe do executivo regional, “há duas coisas que nunca se devem confundir nestas matérias: a substância e a forma”.

“Condicionar a substância em função da forma pode ser um fator que tenha um efeito exatamente ao contrário daquilo que alguns podem pretender, ou seja, que tenha um efeito de alimentar e acicatar, porventura, algumas perspetivas mais radicais e extremistas nesse fenómeno que, em si mesmo, não considero ser nem radical, nem extremista, mas sim o exercício de uma posição relativamente ao futuro daquela comunidade”, alertou.

Questionado sobre a sua posição caso um movimento político defendesse, na Região Autónoma dos Açores, um referendo sobre a independência, Vasco Cordeiro, que é também líder do PS/Açores, disse apenas que a declaração anterior “já é clara” em relação àquilo que lhe parece fundamental.

“Aquilo que está em questão [na Catalunha] é um determinado entendimento por parte do Estado espanhol”, referiu, para defender que “isso implica, também, ser feito dentro daquelas que são as regras da participação democrática, mas possibilitar essa pronúncia”.

Os catalães apoiantes da independência da região estão hoje a tentar votar num referendo, suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol, e as autoridades de Madrid tentam impedir a realização da consulta popular, com milhares de agentes da Polícia Nacional e Guardia Civil na rua.

Centenas de eleitores, na maioria pró-independência, começaram ainda de madrugada a formar filas em frente às escolas onde foram instaladas assembleias de voto – ocupadas há dois dias por populares que queriam garantir a votação de hoje - para evitar que estes fossem fechados pela polícia.


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