Autor: Lusa/AO online
Vasco Cordeiro dedicou boa parte do seu discurso de encerramento do debate do Plano e Orçamento dos Açores para 2015, no plenário da Assembleia Legislativa da região, na Horta, ao maior partido da oposição no arquipélago, a quem dirigiu um rol de críticas.
"O que fica demonstrado neste debate é a absoluta incapacidade desse partido de fazer coincidir o que faz com o que diz. Ou seja, o que diz, não se escreve", afirmou Vasco Cordeiro, considerando que todas as propostas que o PSD levou esta semana à Horta são "cópias" de medidas já no terreno.
"Copia-se as medidas que o Governo já prevê e aumentam-se os complementos que o Governo do Partido Socialista já criou", disse Vasco Cordeiro, para quem, noutros casos, o PSD, nem sequer isso fez e "fugiu" e "desertou", como aconteceu no combate ao desemprego, o "principal desafio com que as açorianas e os açorianos estão confrontados", mas em relação ao qual os social-democratas não entregaram uma única proposta de alteração ao Plano e Orçamento.
Já a "preocupante obsessão em reescrever a história" do PSD revelou-se, segundo Vasco Cordeiro, na insistência do partido em dizer que o novo modelo das ligações aéreas ou a reposição do diferencial fiscal nos 30% são méritos seus, "procurando usurpar" o trabalho dos outros.
Vasco Cordeiro sublinhou que as novas ligações aéreas resultaram de um acordo entre o Governo Regional e o da República "após três longos anos à espera de decisões" de Lisboa, lamentando a "corrida para a fotografia" do presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, que se antecipou uns minutos no anúncio do entendimento entre os dois executivos.
Quanto aos impostos, vincou que "todos os partidos políticos" nos Açores defenderam o mesmo, mas "o único" que não concordou com a reposição do montante das transferências do Estado foi o PSD.
Quem tem competência para decidir sobre a redução dos impostos é o parlamento açoriano, "não é o Governo da República, não é a Assembleia da República", disse Vasco Cordeiro, que lembrou que os deputados do PSD/Açores em Lisboa votaram também contra, este ano, o acionamento da solidariedade nacional com a região na sequência dos danos causados pelo mau tempo em 2013.
"Essa farsa acaba aqui e acaba agora. É aqui que se denunciam e desmascaram as manobras desse PSD que é capaz de vender os interesses dos Açores por um prato de lentilhas de suposto ganho política", acusou.