Autor: Lusa/AO Online
Estes dados integram um "documento de trabalho", intitulado "melhor pesca, mais rendimento", que o Governo açoriano vai apresentar ao Conselho Regional das Pescas dos Açores, agendado para hoje na cidade da Horta.
O documento, a que a Lusa teve acesso, propõe aos parceiros das pescas nos Açores um conjunto de "medidas estratégicas" para o setor com "o objetivo central" de aumentar o rendimento dos pescadores.
Os dados estatísticos que constam do documento revelam que o preço de venda em lota do pescado de 2010 a 2014 diminuiu, globalmente, 6%. No entanto, se for excluído o atum (cujo preço médio subiu), a quebra de preços naquele período é de 22%.
Quanto à diminuição de capturas, o documento explica que "grande parte" se deve a más safras do atum, sobretudo em 2014.
Por outro lado, segundo o mesmo documento, "e contrariando a tendência verificada nas restantes regiões da União Europeia", entre 2010 e 2013 aumentou o número de pescadores matriculados nos portos dos Açores (10%).
Em paralelo, diminuiu em 13% o número de embarcações licenciadas para a pesca, pelo que o número médio de pescadores matriculados por barco cresceu 22% entre 2010 e 2013.
O executivo açoriano lembra no documento "o sistema adotado na pesca para a remuneração" dos pescadores "no total das embarcações em atividade" no arquipélago "é o da divisão do produto de venda do pescado - divisão em quinhões - pelos membros da campanha". O aumento do número de homens a bordo tem, por isso, como efeito a quebra de rendimentos dos pescadores.
Para o Governo Regional é, assim, "prioritário tomar medidas por forma a evitar a sobrepesca provocada quer por um elevado número de pescadores, quer por uma frota desajustada aos recursos existentes, situação que acarretaria consequências negativas ao rendimento de toda a fileira, em particular dos pescadores e das suas comunidades".
"O desafio do futuro será o de pescar menos e vender melhor, fomentando pescarias mais rentáveis, diversificando atividades e marcando a diferença pela qualidade do produto, permitindo que os rendimentos gerados na cadeia de valor sejam distribuídos com maior benefício aos pescadores e garantindo, simultaneamente, a qualificação e a dignificação das condições de trabalho destes profissionais", lê-se no documento.
O documento "melhor pesca, mais rendimento" propõe "medidas estratégicas" para o período 2015-2020, coincidindo com o Quadro Comunitário de Apoio em vigor.
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