Açoriano Oriental
Universidade Nova analisa políticas autárquicas contra perdas populacionais
A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa vai analisar o que as autarquias têm vindo a fazer para combater as perdas populacionais, disse hoje o coordenador do projeto.

Autor: Lusa/AO Online

“Este projeto terá como produto uma recolha de tudo o que têm sido as políticas sociais autárquicas orientadas para as questões populacionais”, afirmou à Lusa o responsável científico pelo estudo da FCSH, Paulo Machado.

O objetivo é criar um guia de boas práticas com base no que foi realizado com sucesso pelas autarquias, através da caracterização da situação referente a 2011, mas com uma análise que remonta a 1991, acrescentou o docente.

A cada um dos 308 presidentes de câmara do país caberá, assim, preencher um questionário sobre a situação demográfica do seu município. Paulo Machado disse estar confiante de que os autarcas vão estar recetivos a colaborar no estudo, já que “há uma grande preocupação” com os fenómenos demográficos.

A iniciativa surgiu porque, de acordo com o docente, “não há um levantamento do estado geral do país” nesta questão.

De acordo com Paulo Machado, as perdas populacionais não acontecem apenas no interior do país e “o perigo” está em pensar-se apenas na concentração nessas zonas. Isto também se verifica em “concelhos tão dinâmicos como a Amadora, localizada às portas de Lisboa”, exemplificou.

No entanto, nestes locais “o crescimento urbano é uma espécie de peneira que tapa o sol”, ao passo que no interior de Portugal esta situação “não se consegue esconder”, o que é “gritante e muito preocupante”, acrescentou.

Por detrás desta situação estão fenómenos como a baixa natalidade ou a emigração, que se repercutem na estrutura demográfica, fazendo-a envelhecer: “Entrámos na fase em que o nosso envelhecimento e despovoamento se autoalimentam e isso é muito difícil de suster”, clarificou Paulo Machado.

Na opinião do coordenador da investigação, devem ser levadas a cabo medidas que passem pela criação de emprego, para fixar as populações, e também pela inversão da ideia de que viver na cidade é melhor que viver fora da cidade.

Para efetuar o estudo, foi composta uma equipa de 72 pessoas daquela instituição, coordenada por Paulo Machado e Dalila Cerejo, e que está dividida consoante as sub-regiões do país.

Além do diagnóstico, já foi feito um levantamento noticioso sobre a temática.

Os resultados desta investigação vão ser divulgados no mês de outubro.

Consoante os dados recolhidos, poderá ser também vir a ser criado “um modelo preditor do futuro demográfico daqueles municípios”, adiantou à Lusa o professor de Demografia e Políticas Sociais.

 

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