Açoriano Oriental
Universidade dos Açores considera insuficientes apoios regionais para 2015
A Universidade dos Açores considera que os apoios financeiros que o Governo Regional prevê atribuir-lhe em 2015 estão aquém da sua contribuição para o desenvolvimento da região autónoma e crítica a "pouca abertura" do secretário regional da Ciência.
Universidade dos Açores considera insuficientes apoios regionais para 2015

Autor: Lusa/AO online

Num parecer à proposta de Plano Anual 2015 (um dos documentos orçamentais da região), entregue pelo executivo açoriano ao parlamento regional na semana passada, a academia diz que se antevê que o apoio a conceder à Universidade dos Açores "se revelará aquém da contribuição que a instituição presta ao desenvolvimento da Região Autónoma".

"E salienta-se com preocupação a pouca abertura para a procura de soluções efetivas manifestada pelo secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia em resposta à questão formulada pelo signatário na última reunião do Conselho Regional de Concertação Estratégica", lê-se no parecer, a que a Lusa teve acesso.

O signatário do parecer é o pró-reitor José Virgílio Cruz, o representante da universidade no conselho de concertação social, a quem o Governo dos Açores apresentou a proposta de Plano Anual 2015 numa reunião no final de setembro.

A universidade (que é tutelada pelo Governo da República) considera que os 350 mil euros que lhe são atribuídos no documento "como apoio ao desenvolvimento tripolar" (os departamentos da academia estão distribuídos por três ilhas) é uma "verba manifestamente inferior ao valor real deste modelo de organização, de essência regional, cujas raízes são de índole histórica, política, social e cultural e não de natureza económica".

O Plano Anual 2015 (que distribui o investimento público nos Açores para o próximo ano) tem ainda prevista uma verba de um milhão de euros para a universidade, a ser operacionalizada ao abrigo do "sistema um euro por um euro", uma parceria através da qual o executivo açoriano se comprometeu a transferir um euro para a academia por cada euro que esta conseguir em receitas próprias.

"Não obstante se reconhecer o óbvio interesse desta ação, importa definir com clareza, entre as partes interessadas, a forma como esta verba será colocada à disposição da Universidade dos Açores, na medida em que a intenção anunciada pelo Governo de optar por um sistema 'um euro por um euro' se afigura de ineficaz, como o prova o passado recente", lê-se no parecer.

O texto sublinha que o investimento em "atividades de investigação e desenvolvimento" por parte de empresas privadas nos Açores é "muito reduzido", como atesta o número de projetos que a universidade desenvolveu em parceria com privados nos últimos anos.

"Acrescem os problemas e os impedimentos decorrentes da utilização de fundos comunitários nesta lógica [de "um euro por um euro"]", acrescenta.

A universidade considera, ainda, que não foi até agora "suficientemente envolvida" na definição de uma política pública de ciência nos Açores.

Os documentos orçamentais dos Açores para 2015 (plano anual de investimentos e orçamento da região) foram entregues na sexta-feira passada ao parlamento regional e a sua análise pelos deputados começa na terça-feira, com o início das audições dos membros do Governo da região.

 

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