Autor: Lusa/AO Online
Em declarações à Lusa, Sebastião Feyo de Azevedo afirmou que o anúncio feito pelo Ministério das Finanças foi uma "total surpresa" e espera que a decisão, avançada "sem aviso de qualquer espécie", seja revertida.
O Governo, através do Ministério das Finanças, decidiu cativar, em 57 milhões de euros, as dotações orçamentais de 2016 das universidades (44 milhões) e dos institutos politécnicos (13 milhões) públicos.
O reitor da Universidade de Porto considera que os cortes, por via das cativações, são "completamente injustificados" e que, caso se concretizem, vão ter impacto no funcionamento da instituição.
Outras instituições também já manifestaram a sua insatisfação, assim como o Governo Regional dos Açores.
O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) também expressaram o seu desagrado.
Em comunicado enviado à Lusa, o CCISP mostrou-se perplexo perante a cativação de 13 milhões de euros nas dotações financeiras para estes estabelecimentos de ensino, o que acredita ser um atentado à autonomia.
É "totalmente inaceitável e ilegal a existência de cativações, nomeadamente sobre despesas suportadas com receitas geradas pelas próprias instituições, nas quais se incluem receitas de propinas, com verbas destinadas à ação social e com projetos financiados por fundos comunitários", sustentam os dirigentes dos politécnicos.
Segundo o CRUP, o montante das cativações e o "modo inesperado" com que foram executadas, "consubstanciam um procedimento inaceitável, nunca visto durante a vigência da atual lei de enquadramento do ensino superior".
Os reitores apontam "o desrespeito" pela Lei do Orçamento do Estado e a "não observância do espírito" da Lei de Enquadramento Orçamental, promulgada em setembro de 2015, invocando que o decreto-lei sobre a cativação das verbas "não foi publicado e não é conhecido".
Ambas as instituições requereram, também, uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa, para analisar o assunto.