Autor: Lusa / AO online
"Acreditamos que há um número significativo de estudantes chineses que querem ter uma formação de base e de qualidade em língua portuguesa", disse à agência Lusa o vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC) responsável pelas relações internacionais, Joaquim Ramos de Carvalho.
"Sempre tivemos estudantes chineses vindos de Macau, mas a verdadeira procura, que não tem tido vazão, vem da China continental", acrescentou. Joaquim Ramos de Carvalho falava à agência Lusa em Pequim no final de um fórum internacional intitulado "Estudar no Estrangeiro".
No referido fórum, realizado no fim-de-semana, o responsável português salientou que Coimbra é "uma cidade segura" e com "um ambiente único", garantindo que estudar na UC "é uma experiência que nunca mais se esquece".
O número de famílias chinesas que enviam os filhos estudar para o estrangeiro tem aumentado acima dos dois dígitos, acompanhando o desenvolvimento do país, cuja economia a crescer cerca de 7% ao ano, e o aumento do poder de compra da sua nova classe média.
No ano letivo 2014/15, só as universidades dos Estados Unidos - a primeira escolha das famílias chinesas - tinham cerca de 273.500 estudantes chineses inscritos, mais 16,5% do que no ano anterior.
"A China tem muita importância [para a UC] porque há uma procura crescente por profissionais com capacidades na língua portuguesa, motivada pelo investimento e comércio da China com os países lusófonos, sobretudo Brasil, Angola, Moçambique e Portugal", disse Ramos de Carvalho.
A aposta na captação de estudantes chineses traduz o lema da atual reitoria da instituição: "Universidade de Coimbra, universidade global".
"O nosso futuro está aí. A qualidade do futuro profissional dos nossos estudantes está intimamente ligada com a capacidade de sermos uma universidade global que atrai estudantes de todo o mundo", afirmou Ramos de Carvalho.
Segundo o mesmo responsável, no último ano letivo, o número de estudantes estrangeiros na UC rondou os 3.800 estudantes estrangeiros (cerca de 15% do total), entre os quais 2.000 brasileiros, 300 angolanos e 130 chineses.
Não contando com Macau, no final do século XX, havia apenas duas universidades chinesas com licenciaturas em português, em Pequim e Xangai; hoje, há vinte, espalhadas por uma dezena de cidades.