Autor: Lusa/AO online
Segundo os dados recolhido pela organização, desde 1 de janeiro, 83 menores foram usados na Nigéria com este fim, dos quais 55 eram meninas, na maioria dos casos com menos de 15 anos.
Os restantes eram rapazes, incluindo o caso de um bebé que foi amarrado a uma das raparigas que se fizeram detonar.
"As crianças foram usadas consecutivamente desta forma nos últimos anos e este ano", o número é quatro vezes maior do que durante todo o ano passado", afirmou a porta-voz da Unicef em Genebra, Marixie Mercado.
O Boko Haram reivindicou em muitos casos a autoria destas atrocidades.
"O uso de crianças em tais ataques tem um impacto ainda maior porque cria suspeita e medo das crianças que foram libertadas, resgatadas ou que escaparam do Boko Haram", explicou a porta-voz.
A consequência é que essas crianças são rejeitadas pelas comunidades em que tentam recuperar uma vida normal.
A Unicef disse que esta situação acontece no meio de uma crise de deslocações massivas e de grave má nutrição nas populações do noroeste da Nigéria, onde opera o grupo terrorista.
A agência da ONU desenvolve esforços para oferecer ajuda psicossocial às crianças que foram raptadas pelo Boko Haram, enquanto trabalha com as famílias e comunidades para aceitarem o seu regresso.